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Estratégias Para um Design de Interiores Sustentável – Parte 6: Conforto Ambiental

O conforto ambiental é a forma que podemos descrever o nível de satisfação de um ser humano dentro de um espaço.

Um espaço que está em conformidade com o conforto ambiental proporciona boas condições psicológicas, acústicas, visuais, térmicas, de qualidade do ar e ergonômicas para a realização de uma tarefa humana, seja de lazer, trabalho, descanso ou estudo.

Mas como podemos fazer isso no design de interiores?

Apresentamos neste artigo estratégias essenciais dentro de 3 desses pilares essenciais do conforto ambiental: conforto térmico, acústico e lumínico.

conforto termico

Conforto Térmico

Qualquer um que tenha tentado trabalhar quando está muito quente ou frio sabe o quanto o conforto térmico afeta a produtividade.

Estudos importantes, como o da imagem abaixo, demonstram que quanto maior o nível de desconforto em nossos ambientes, maior é a falta de produtividade.

Já pensou você possuir uma empresa pagando 10 funcionários…mas que na verdade trabalham apenas 6,5?

Pois é. Por desconhecer os malefícios que temperaturas inadequadas podem infringir aos seus funcionários é que muitas empresas jogam dinheiro na sarjeta diariamente.

E é por este motivo que o conforto térmico é tão importante.

O problema é que a definição de conforto térmico é de natureza subjetiva. Existem variações como a vestimenta e o próprio metabolismo humano. Basicamente, cabe a cada pessoa avaliar seu conforto térmico, o que dificulta uma regulação padronizada para todos.

Por este motivo as normas atuam com estratégias de minimização do estado de conforto. A principal delas é a ASHRAE 55, que mede o conforto térmico pelo Voto Médio Previsto (PMV). Ela possui uma escala de -3 (muito frio) até +3 (muito quente). Os objetivos das análises de conforto é manter o índice máximo de insatisfação entre -0,5 (ligeiramente frio) e +0,5 (ligeiramente quente).

Caso as estratégias apresentem falhas, ocorrerão uma porcentagem de instatisfação esperada. O objetivo de qualquer profissional da área é manter um PPD abaixo de 10%.

Componentes do conforto térmico

Existem 6 parâmetros de conforto térmico que devem ser levados em conta.

  • Convecção: é a transferência de energia através do fluxo de ar. Em nossos espaços, será relacionada a temperatura do ar e a taxa de ventilação.
  • Condução: é transferência de energia através do contato direto com as superfícies circundantes. Em nossos espaços, acontece quando obtemos contato direto com estes elementos, como mesas ou cadeiras.
  • Radiação: é a transferência de energia via radiação das superfícies circundantes, como o piso, a parede e o teto. Este é certamente o componente que mais afetará o conforto térmico.
  • Umidade relativa: é sobre a eficiência de dissipação de calor. Quando nosso corpo precisa dissipar ar pela evaporação, terá mais dificuldades quando a umidade está alta.
  • Produção de calor metabólico: cada ocupante terá o seu, o que dificulta uma solução única para todos.
  • Roupas: também são individuais por ocupante e podem gerar divergência sobre o conforto térmico individual.

Todos esses fatores interagem para regularmos o conforto térmico, e compreender cada um deles é essencial para um bom design de arquitetura.

Como um arquiteto de interiores pode intervir no conforto ambiental?

Essencialmente, existem 4 maneiras de obter conforto térmico através de um bom projeto.

1. Utilizar um sistema de HVAC que regule a Temperatura Radiante Média

Este é um grande caminho para alcançar o conforto térmico para a grande maioria dos ocupantes. Sistemas comuns não possuem o componente da medição dos ambientes, mas quando utilizamos um sistema em conjunto com uma medição, os ambientes podem ser otimizados, tanto energicamente quanto na satisfação dos usuários.

2. Minimize o vazamento da envoltória

Se houver vazamento da envoltória do edifício, correntes de ar em temperaturas ou umidades inadequadas podem adentrar na edificação, causando desconforto no ambiente previamente projetado com cargas térmicas específicas. Como um problema adicional, a eficiência do sistema de HVAC será comprometida.

3. Forneça controle aos ocupantes

A obtenção do conforto térmico muitas vezes terá uma relação direta com o nível de controle que você dá para as pessoas. Quando elas possuem acesso ao termostato, janelas ou persianas operáveis, elas podem melhorar o seu nível de conforto térmico. Estudos mostram que pessoas sentem-se confortáveis sob condições ligeiramente diferentes, e por mais que permitir o controle individual possa gerar conflitos, este é geralmente o melhor caminho.

4. Mantenha o ambiente térmico e faça as alterações necessárias

Uma boa manutenção é fundamental para o bom funcionamento do equipamento de HVAC. A manutenção também pode exigir estar ciente e reagir a mudanças sazonais. Para regiões que experimentam verões quentes e invernos frios (como é típico de zonas temperadas), o ajuste sazonal do controle de temperatura do sistema HVAC é vital para manter o conforto térmico.

Conforto Acústico

O conforto acústico é um tema de grande importância quando falamos em produtividade, principalmente em ambientes como escolas.

Certificações, como o LEED, levam o conforto acústico bem a sério para a melhoria do aprendizado dos alunos e a saúde vocal dos professores, estabelecendo pré-requisitos essenciais para ruídos externos, ruidos de ar-condicionado e reverberação. Estabelecer os critérios mínimos para cada um desses itens é essencial para um projeto de interiores que leva em conta uma alta qualidade de aprendizado.

Já para outros tipos de edificações o controle também deve se fazer presente, utilizando das mesmas estratégias aplicadas em escolas, mas com o uso normativas levemente diferenciadas dependendo do caso.

O que o arquiteto de interiores pode utilizar ao seu favor?

Entender os fenômenos básicos pode ajudar bastante na tomada de decisão em grande parte dos projetos. Em casos em que o desempenho acústico signifique um grande salto de performance ou qualidade de vida, a ajuda de um especialista será primordial.

As estratégias principais que arquitetos de interiores podem trabalhar, em ordem, são as seguintes:

1. Redução dos tempos de reverberação

O conceito é a diminuição “do tráfego” do som pelo ambiente, removendo a sensação de “igreja” no ambiente. Compreender os valores mínimos (geralmente próximos a 0,6 ou 0,7 na maioria dos casos) e mitiga-lo utilizando de superfícies de absorção no piso, parede e teto tornará o ambiente mais eficiente.

2. Utilização de sistemas de reforço de som e mascaramento:

É aplicável para auditórios ou salas que abriguem mais de 50 pessoas. Obter níveis de pelo menos 70 dBA, além de níveis mínimos de inteligibilidade da fala são importantes e devem ser avaliados com cautela. A utilização do ruído branco em alguns casos pode ser desejável, contanto que não passem de níveis máximos em dBA.

3. Ruído de fundo de Ar-condicionado

Podemos avaliar os ruídos do sistema e solicitar ao engenheiro mecânico uma otimização, considerando critérios da ASHRAE. Cada uso terá níveis máximos de ruídos aceitáveis, sendo que escolas não permitem mais do que 40dBA.

4. Redução da transmissão de som entre elementos

Necessitamos encontrar coeficientes mínimos de STC (sound transmission class, ou classe de transmissão sonora) para diminuirmos o nível de ruído entre ambientes externos/internos ou internos/internos.

Muitas vezes o projeto estará edificado e o arquiteto de interiores não poderá realizar grandes mudanças. No entanto, em mudanças mais substanciais, como reformas internas ou o uso de paredes móveis, o conhecimento dos coeficientes mínimos é essencial para obtermos um nível de desempenho aceitável para cada ambiente e seu uso específico.

conforto luminico

Conforto Lumínico

A iluminação é uma das qualidades mais importantes no conforto ambiental e críticas em um espaço interno, e a diferença entre uma iluminação boa e ruim pode gerar impactos no conforto, o humor e na felicidade geral em sua casa.

A exposição à luz natural afeta o sistema imunológico, bem como os ritmos circadianos, o ciclo do sono e os hormônios. Estudos relacionaram a falta de luz solar à depressão, problemas imunológicos, doenças cardíacas, diabetes e câncer.

Apesar de já termos falado sobre a iluminação natural em outros artigos e saber que designers de interiores muitas vezes possuem poucas alterações que possam ser feitas quando a arquitetura está definida, é importante compreender que sim, você ainda possui controle em questões como um ajuste no controle da quantidade de iluminação natural que entra no ambiente e sua distribuição dentro dos espaços.

Uma forma de se distribuir a iluminação é utilizarmos cores claras em nossos ambientes. Já para mitigar a intensidade do calor em certos espaços, podemos utilizar persianas adequadas, com a possibilidade de sistemas de automação inclusas, caso necessário.

Já a compreensão sobre a iluminação artificial é crucial para qualquer projeto de interiores. A compreensão sobre estes conceitos pode propulsionar os resultados do seu design de forma drástica. Tornar tudo mais eficiente e sustentável, muito além de uma troca de lâmpadas LED.

O que um arquiteto de interiores pode fazer?

Proporcionar Controle de Iluminação

Um dos conceitos fundamentais para espaços de trabalho mais eficientes e sustentáveis é proporcionar aos ocupantes controle ao seu sistema de iluminação. Não são todos os espaços onde isto é crucial, por isto foque nos espaços regularmente ocupados e não esqueça de tornar estes controles acessíveis para todos.

É interessante que ele possua 3 níveis (on, off e meio nível), que que as pessoas possam controlar intensidade luminosa quando a iluminação natural estiver mais ou menos atuante.

Proporcionar Qualidade Luminosa

Após implementar estratégias de controle, podemos buscar a qualidade luminosa. Existem diversos requisitos aqui, desde a intensidade luminosa necessária para cada tipo de abordagem (como 500 lux em escritórios, 750 lux para supermercados, entre outros), além do uso de lâmpadas com o CRI (índice de refletância de cor) acima de 80, que torna a iluminação mais natural.

Podemos ainda pensar sobre a vida útil das lâmpadas, e procurar especificações que atendam acima de 2.400 horas ajudará na economia a longo prazo de todo o ambiente.

Conforme comentamos sobre cores claras para a iluminação natural, na iluminação artificial isso também beneficiará o ambiente. É importante obtermos índices superiores a 85% de refletância para o teto, 60% para as paredes e 25% para os pisos.

No entanto, é imprescindível calcularmos estes fatores por simulações. O DiaLUX é um dos softwares mais indicados neste quesito, e uma boa análise pode resultar em grandes economias em um sistema de iluminação e maior conforto ambiental em seus projetos.

Conclusão

Compreender sobre os benefícios do conforto ambiental não é algo apenas associado a arquitetos ou consultores. Arquitetos que atuam com o design de interiores ou mesmo decoradores precisam conhecer estes aspectos que tornam projetos mais sustentáveis, obtendo clareza e criando uma metodologia clara em suas análises.

Você está pronto para dar um passo? Conheça nosso Acesso Total, onde você encontra um conjunto de estratégias de conforto ambiental aplicáveis para seus projetos, com aulas, guias, comunidade, e tudo o que você precisa para realizar projetos mais sustentáveis e duradouros para seus clientes.

Fontes:

www.linkedin.com/pulse/importance-interior-acoustics-architect-designer-praveen-mishra
blog.uponor.hk/radiant-cooling-blog/4-ways-to-achieve-thermal-comfort-through-good-design-construction-and-maintenance
www.ashrae.org/technical-resources/bookstore/standard-55-thermal-environmental-conditions-for-human-occupancy
inhabitat.com/green-building-101-environmentally-friendly-lighting/
www.ashrae.org/technical-resources/bookstore/standard-90-1
inhabitat.com/green-building-101-environmentally-friendly-lighting/

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decoracao sustentavel
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Estratégias Para um Design de Interiores Sustentável – Parte 5: Redução dos Impactos Ambientais

Quando projetamos espaços internos, não podemos pensar apenas nas últimas tendências ou no benefício de nossos clientes.

É importante compreendermos que nossas intervenções no design de interiores afeta, de forma direta ou indireta, o meio ambiente. Por isso é importante reduzirmos ao máximo nossos impactos ambientais, buscando um equilíbrio entre os resultados belos em projeto com nossa contribuição para o entorno.

Sim, você pode contribuir ainda mais com seus projetos realizando uma decoração sustentável! 🙂

Como podemos fazer isso?

A utilização de materiais orgânicos (madeira, pedra natural) ou materiais rapidamente renováveis (bambu, linóleo, cortiça, que se regeneram em um período máximo de 10 anos) são escolhas óbvias. No entanto é imprescindível irmos mais longe, compreendendo sobre a responsabilidade ambiental na extração e manuseio destes elementos.

Um material pode ser sustentável em sua composição, mas pode ser extraído com uma mão de obra quase-escrava….

Um material pode ser sustentável, mas vir de lugares muito longínquos, utilizando muito combustível…

Um material pode ser sustentável, mas foi fabricado junto com componentes tóxicos que podem afetar a saúde humana…

Compreende até onde vai o problema?

Por este motivo que surgiram diversas etiquetas, normas e certificações que fornecem informações confiáveis sobre a origem dos produtos, ajudando você a identificar aqueles ecologicamente corretos para aplicar em sua decoração sustentável.

O exemplo mais comum é a etiqueta FSC em produtos de madeira, que garante que a sua extração e manufatura foi realizada de forma sustentável.

Outra certificação que vem crescendo muito nesse aspecto é o Cradle to Cradle (C2C), que procura estabelecer “sistemas fechados” no processo de fabricação de um material até o seu descarte.

Isso quer dizer que, se os materiais tradicionais cumprem o processo resumido de “fabricação > uso > aterro sanitário”, agora temos materiais que utilizam o processo de “fabricação > uso > reinserção no mercado”, sem necessitar de grandes intervenções químicas ou físicas para que este produto volte ao seu uso na sociedade.

No processo do Cradle to Cradle são evitados uma série de desperdícios comuns no processo industrial, e são uma forte tendência para as novas gerações de mobiliários que veremos em feiras pelo mundo.

Existem ainda certificações para edificações, como o LEED, que na sua versão 4 trouxe um grande avanço agregando uma série de certificações de produtos que já impactam positivamente o mercado (EPD`s, Greenscreen, Declare da Living Future Institute, além da FSC e C2C já citadas acima) e incentivando empresas a comunicarem mais transparência dentro de seus processos.

O LEED dividiu essas declarações a nível ambiental pelos EPD`s, a nível de extração de matérias primas e também da saúde desses produtos. Caso você queira compreender mais este tema no conceito do LEED, possuímos uma série de artigos falando sobre este tema de uma forma mais ampla:

ciclo de vida

Compreendendo o Ciclo de Vida dos Materiais

O impacto ambiental de materiais e produtos deve ser avaliado ao longo de todo o seu ciclo de vida – tanto da sua extração, produção, transporte e processamento, até a forma como são descartados após o uso.

Existem ferramentas e certificações que ajudam os projetistas a entender, comparar e avaliar o impacto ambiental de um produto em fases distintas de seu ciclo de vida, como a LCA (Life Cycle Assessment, avaliação do ciclo de vida).

Estas ferramentas geralmente estão distantes da realidade dos designers de interiores, e de certa forma a indústria precisa evoluir muito para comunicar transparência de forma mais prática. No entanto, podemos utilizar de conceitos comuns quando vamos procurar materiais para uma decoração sustentável.

O primeiro deles é a relação com certificações existentes, conforme dito acima. Sim, certificações custam mais para a indústria e acabará geralmente tornando o produto mais caro, mas é a única prova que temos da conformidade deste produto com iniciativas sustentáveis.

É importante compreendermos que as certificações são diversas, e aquelas realizadas por terceiros são mais valiosas do que certificações próprias. Afinal, nossas mamães dizendo que somos bonitos não corresponde exatamente a realidade.

A reutilização de produtos é outra estratégia valiosa para redução dos impactos ambientais. Isso vale tanto para produtos dentro do projeto quanto para produtos que seriam descartados em outra obra.

E aqui entramos na importância da regionalidade dos materiais para a decoração sustentável. Buscar produtos extraídos, fabricados e vendidos em regiões próximas evita o consumo excessivo do transporte de veículos. Um produto sustentável fabricado na China obviamente chegará ao Brasil menos sustentável.

E caímos aqui na questão da reciclagem. Se não podemos reutilizar e precisamos adquirir produtos novos, podemos dar preferência para aqueles que são feitos com produtos reciclados ou que possam tornar-se recicláveis com mais facilidade. E precisamos valorizar principalmente os produtos reciclados após o uso, já que eles são muito mais difíceis de serem fabricados do que produtos reciclados com o uso de produtos reciclados dentro do próprio processo de fabricação.

Conclusão

Os designers de interiores têm muito poder em suas mãos quando falamos sobre a redução de impactos ambientais. Os recursos preciosos do planeta são limitados, então a mentalidade do simples descarte de produtos para uma substituição assim que ele sai da moda não é algo justificável nos dias de hoje.

Felizmente, designers que seguem as tendências mundiais pela decoração sustentável estão se tornando cada vez mais conscientes da necessidade do pensamento sustentável, e estão interessados nas tendências como o reuso, a reciclagem e o reaproveitamento. Ao invés de descartar objetos “fora de moda”, mas ao mesmo tempo muito funcionais, eles criam novas maneiras de trazer a esses produtos uma nova vida.

Com uma abordagem mais ligada ao conceito do Cradle to Cradle (do berço ao berço), podemos diminuir drasticamente os impactos ambientais dos nossos produtos, minimizando ou até eliminando o desperdício, gerando economia não apenas para o nosso cliente, mas uma maior resiliência de nossa sociedade.

Quer saber mais sobre Decoração Sustentável?

Leia nossos outros artigos:

Parte 1: Decoração Sustentável pela Biofilia

Parte 2: Decoração Sustentável pela Eficiência Energética

Parte 3: Decoração Sustentável pela Flexibilidade e Durabilidade

Parte 4: Decoração Sustentável pela Qualidade Interna do Ar

Ou…

Assista nosso webinário “Otimize sua Arquitetura”, clicando no link abaixo.

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projeto sustentável pela qualidade do ar
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Estratégias Para um Design de Interiores Sustentável – Parte 4: Qualidade do Ar

Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, a poluição do ar em ambientes fechados é uma das cinco maiores ameaças à saúde humana.

Ela pode gerar problemas como alergias, dores de cabeça, asma, irritações de garganta, nariz e olhos, até mesmo doenças mais graves como o câncer de pulmão.

Como passamos a maior parte do tempo dentro de ambientes internos, compreender e mitigar a poluição do ar torna-se extremamente importante para nossas residências.

Mas como podemos realizar um projeto sustentável que promova uma melhor qualidade do ar?

Primeiramente, precisamos compreender de onde elas surgem.

De onde surge a poluição do ar interna?

A poluição do ar em ambientes fechados é o resultado de três fatores principais:

  • Partículas externas.
  • Produtos e materiais com altos níveis de emissões tóxicas.
  • A falta de manutenção.

Vamos entender melhor como funciona cada um deles?

Partículas externas

Se procuramos realizar um projeto sustentável mantendo uma boa qualidade do ar em nossos ambientes, é imprescindível antes de tudo não levar contaminantes para dentro dos ambientes.

Entre os principais contaminantes, estão:

  • A poluição do ar em regiões densamente urbanizadas ou zonas industriais.
  • O fumo, que prejudica tanto os ocupantes como o sistema de ar-condicionado.
  • Veículos, principalmente em áreas onde a sua passagem é constante.

Para todos esses contaminantes, prever aberturas que minimizem a entrada de poluentes é uma estratégia que deve ser utilizada.

Para ambientes climatizados, podemos prever primeiramente o dimensionamento adequado do sistema, para que a taxa do ar se renove para níveis adequados.

Após esta verificação, uma estratégia eficiente é a instalação de filtros com um bom fator de eficiência nos equipamentos de ar-condicionado— a certificação LEED sugere um fator de eficiência MERV de 13. A manutenção constante será outro fator importante para prevenir falhas no sistema a longo prazo.

Outra solução “simples” é manter fumantes longe das entradas da edificação, mas principalmente dentro. O LEED sugere aqui uma distância de pelo menos 7,5 metros de todas as entradas funcionais e aberturas da edificação.

Para quem procura mais estratégias para manter a poluição longe, uma ótima idéia é utilizar o famoso capacho nas portas de entrada de nossas residências. Para escritórios, podemos utilizar a mesma condição, mas o LEED sugere aqui pelo menos 3 metros de largura em cada entrada funcional, para obtermos uma retenção mais eficiente de contaminantes.

Produtos e materiais com altos níveis de emissões tóxicas

Móveis ou equipamentos fabricados com substâncias químicas nocivas possuem uma chance de liberar toxinas perigosas no ar, os chamados Compostos Voláteis Orgânicos (VOC’s). Por este motivo, a utilização de materiais que minimizem estes compostos é primordial.

Entre as aplicações, é imprescindível pensarmos na eliminação de VOC’s em todo o sistema construtivo da edificação, como:

  • Tintas e revestimentos internos aplicados in loco.
  • Adesivos e selantes internos aplicados in loco.
  • Pavimentação interna.
  • Madeira composta.
  • Isolamento térmico e acústico de paredes, piso e teto.
  • Mobiliário

É importante compreender que produtos aplicados externamente também podem exercer uma influência negativa de VOC’s, principalmente em hospitais e escolas. Por isso aqui o cuidado deve ser redobrado.

Para melhorar a qualidade do ar, é importante que o ar de uma sala circule regularmente e permaneça fresco. Ao contrário das crenças comuns, os tapetes podem oferecer um bom sistema de filtragem, caso sejam de boa qualidade. Eles tendem melhorar a qualidade do ar, prendendo as partículas de poeira do ar e segurando-as até que sejam aspiradas. Caso não exista esta qualidade nos carpetes, o mais recomendado é a utilização de pisos com superfícies duras, como azulejos e pisos de madeira.

Nas áreas molhadas, como banheiros, recomenda-se revestimentos antimicrobianos para inibir o crescimento de bactérias. Um exemplo é a Cambria, uma superfície de pedra natural que que não gera impactos negativos na qualidade do ar.

Como efetuar um controle adequado de poluentes?

Para efetuarmos um controle adequado em nossos ambientes internos, o ideal é o monitoramento com equipamentos que meçam os níveis de CO2, a umidade, partículas, ozônio e temperatura.

Inspeções periódicas nos filtros e também nos ambientes, procurando um controle de umidade adequado também é extremamente importante. Outro fator primordial é a utilização de produtos de limpeza que não agridam a saúde humana.

Um elemento que pode contribuir com grande parte do trabalho da remoção de poluentes é a utilização de plantas adequadas, com o benefício adicional de que elas podem proporcionar um toque de cor e vida para a decoração de interiores.

Oswego Vadoud Niri, químico da Universidade Estadual de Nova York, apresentou uma pesquisa apoiando a eficácia das plantas domésticas na remoção de VOC’s para a American Chemical Society. Tal fenômeno é chamado de biofiltração.

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Niri testou cinco plantas diferentes em recipientes selados contendo oito VOCs, e mediu a quantidade em diferentes dias do ano.

Cada planta testada foi capaz de remover grande parte da acetona, que se mostrou o VOC mais fácil de ser eliminado. A bromélia de folhas pontiagudas apresentou o melhor desempenho e foi capaz de remover grandes níveis de seis dos oito VOCs.

O resultado é que as plantas podem ser uma solução mais barata e mais fácil para a redução da poluição interna do que a instalação de sistemas de ventilação, dependendo do caso.

Quer saber mais sobre Projeto Sustentável de Interiores?

Leia nossos outros artigos:

Parte 1: Projeto Sustentável pela Biofilia

Parte 2: Projeto Sustentável pela Eficiência Energética

Parte 3: Projeto Sustentável pela Flexibilidade e Durabilidade

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Estratégias Para um Design de Interiores Sustentável – Parte 3: Longevidade e Flexibilidade

A mudança de nossos espaços é um fator intrínseco da arquitetura de interiores.

No entanto, isso não é justificativa para espaços desorganizados, improdutivos e que desperdiçam recursos.

Nesta terceira parte sobre projetos de interiores sustentáveis, abordamos a importância de trabalharmos procurando a longevidade e flexibilidade de nossos espaços.

Por que isso é importante?

O descarte de materiais é um dos principais fatores que geram o aumento de resíduos que irão parar nos aterros sanitários.

Portanto, investir em um projeto flexível e em materiais que sejam robustos, duráveis, substituíveis ou até mesmo fáceis de limpar significa que menos intervenções serão necessárias; e, conseqüentemente, haverá menos desperdício.

Outro benefício de projetos que procuram a longevidade e durabilidade é que podemos economizar com custos oriundos da manutenção desses materiais ou a sua limpeza adicional.

Mas…como podemos mitigar estes efeitos?

O objetivo de projetar para a longevidade é buscar espaços duráveis e atemporais, suprimindo o desejo constante de se “estar na moda” e por isso necessitar uma mudança brusca do ambiente em poucos anos.

Sabemos que esta não é uma tarefa fácil, já que nós, arquitetos, somos praticamente programados a procurar as últimas tendências o tempo todo. No entanto, a melhor maneira de atingir a atemporalidade é escolher qualidade ao invés de quantidade. O clássico dentro da modernidade e a simplicidade sobre muitos adornos.

Para evitar que materiais sejam descartados com muita frequência, arquitetos de interiores devem considerar a vida útil de qualquer material que planejam usar, principalmente elementos que sofrem muito desgaste — como pisos, por exemplo.

Adaptando-se a mudanças

É claro que, ao longo dos anos, famílias ou empresas crescem, necessitando de mudanças e consequentemente alterando estes espaços na procura de atender suas novas necessidades. Prevendo este fato, designers de interiores devem considerar a flexibilidade desses espaços — ou até considerar até que ponto eles podem ser adaptados para atender as demandas.

O arquiteto ou decorador que sabe como projetar espaços flexíveis tem um papel crucial para esta longevidade. Quando podemos facilmente substituir ou adaptar elementos, não há necessidade de demoli-la e renová-la de forma brusca.

Uma forma de se antever a alguma mudanças é pensarmos naquela família ou empresa dentro de um período de 10 ou 15 anos. Existe a possibilidade de novos filhos ocupando aquele espaço? Qual é a expectativa de crescimento desta empresa? Simples questões como estas podem ajudar a delinear estratégias de flexibilidade com uma maior chance de acerto.

Tendências para a Arquitetura de Interiores

A inovação trouxe muitas opções para um design mais flexível nos mais diversos tipos de uso:

  • Em residências, paredes em drywall que podem ser modificadas para criar mais espaços quando as crianças crescem e precisam de seus próprios quartos.
  • Em escritórios, móveis ajustáveis remontáveis possuem maiores chances de fornecer flexibilidade para ambientes de trabalho, permitindo personalização e fácil substituição de peças individuais.
  • Hospitais são ambientes onde ocorrem muitas mudanças. Prever mobiliários médicos flexíveis, assim como solicitar do arquiteto responsável pelo projeto arquitetônico que ele preveja uma arquitetura mais flexível ajudará a manter os espaços altamente úteis a longo prazo.

Quando escolhemos pisos, podemos optar por pisos ou carpetes modulares. Alguns modelos tornam possíveis a substituição de partes individuais, tornando-os mais fáceis de se manter e facilitando a troca, evitando o desperdício.

Considerar a manutenção na arquitetura de interiores é outro fator muito importante para a longevidade dos nossos espaços. Utilizar partes modulares ajudarão na diminuição do consumo e na criação de resíduos.

Utilizar materiais que necessitem de menos produtos de limpeza proporcionarão maiores benefícios ao meio ambiente, principalmente se acompanhados de um procedimento de limpeza dentro dos padrões de green-cleaning.

Gostou do artigo?

Veja as outras partes:

Parte 1: Arquitetura de Interiores Sustentáveis pela Biofilia

Parte 2: Arquitetura de Interiores Sustentáveis pela Eficiência Energética

Parte 4: Qualidade Interna do Ar

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Entre a fundo em novos conhecimentos assistindo nosso webinário.

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Estratégias Para um Design de Interiores Sustentável – Parte 2 : Eficiência Energética

Muitos arquitetos consideram que atingir eficiência energética é um trabalho de simulação para nerds dentro de escritórios ou centros tecnológicos.

Apesar de ser parcialmente verdade — e este autor é uma dessas pessoas — o resultado da performance em edificações pode ser ampliado de forma considerável se realizarmos um projeto de interiores eficiente.

Por que isso é tão importante para um Designer de Interiores?

Sabemos que o consumo de energia é um dos principais contribuintes para a mudanças climáticas. Os edifícios são responsáveis por uma grande parcela das emissões mundiais de gases de efeito estufa, que são causadas por este consumo excessivo.

Um arquiteto ou designer de interiores pode fazer muito para melhorar a eficiência energética de uma edificação, principalmente quando reduz a quantidade de energia necessária para aquecimento, resfriamento, iluminação, funcionamento de aparelhos, entre outros.

Os Fatores Principais para Projetos de Interiores Eficientes Energicamente

Para um arquiteto ou designer de interiores, saber mitigar o consumo relacionado ao Aquecimento/Resfriamento e a Iluminação trará grande benefício para seu projeto.

Por consequência, trarão propostas mais fortes para seus clientes e um diferencial perante a concorrência, já que estes espaços serão mais econômicos.

Veremos agora como tratar estes dois elementos em nossos projetos.

Aquecimento e Resfriamento

Como a maior parte do frio resultante de uma climatização escapa pelas janelas da edificação em climas quentes – ou o contrário em climas frios –  é imprescindível que sejam consideradas janelas de alta qualidade e um bom isolamento.

Já discutimos um pouco desta questão do Fator-U em outro artigo, mas é importante compreender que, quanto menor este fator em uma edificação, mais ele ajudará a manter a temperatura que procuramos dentro de nossos espaços, prevenindo o uso excessivo de energia.

Brises horizontais e verticais, cortinas e persianas também ajudam a manter o ar quente (ou frio) e o calor do sol do lado de fora, permitindo aos moradores a controlarem a temperatura da edificação de forma mais eficiente, abrindo-os e fechando-os conforme necessário.

Outra ótima maneira de controlar nossos ambientes é por meio de bons sistemas de automação, que podem ser ativados caso a temperatura atinja níveis indesejáveis dentro da edificação. No entanto, é importante prever que dependendo do uso, como por exemplo uma edificação comercial, esta automação precisa ser desligada para não utilizar energia de forma desnecessária quando esta estiver desocupada.

Em climas frios principalmente, tapetes podem ser considerados excelentes isolantes térmicos. De acordo com estimativas, um tapete pode reter até 10% do calor de uma sala. Eles irão prover ainda uma maior sensação psicológica de calor, o que é ótimo para ajudar na economia de energia para aquecimento.

Iluminação

Quando trabalhamos em simulações energéticas, diversas vezes a iluminação é considerada o principal fator para o consumo energético. Como um arquiteto ou designer de interiores pode contribuir para este aspecto?

Para economizar a energia utilizada em iluminação, muito pode ser feito apenas com a escola de cores corretas. Cores mais claras refletem mais luz, enquanto salas com paredes e móveis mais escuros precisam geralmente de mais iluminação artificial. A utilização de superfícies refletoras aumenta a quantidade de luz em um ambiente, diminuindo a dependência da iluminação artificial.

No entanto, é importante entender as relações de contraste entre cada um dos elementos, para que o excesso de iluminação não prejudique as tarefas diárias. Considerando o nível de escuridão de baixo para cima, pisos tendem a ser mais escuros, paredes e mesas um nível intermediário e o teto o mais claro. É muito importante levar isto em conta quando procuramos obter um bom nível de iluminação natural.

A especificação de lâmpadas e luminárias também farão toda a diferença, e aqui é importante compreender que cada uso necessita de um nível de iluminação específico. Conforme tabela da CIBSE, escritórios precisam de 500 lux sobre superfícies de trabalho, enquanto supermercados precisam de 750 lux.

A automação novamente ajudará na eficiência energética, controlando remotamente os sistemas de iluminação e ajudando os moradores e ocupantes a usar a energia do prédio de maneira mais eficiente e econômica.

Quer aprender como obter níveis de iluminação natural e artificial adequados em sua edificação?

Conheça nosso treinamento “Interiores Sustentáveis”.

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Estratégias Para um Design de Interiores Sustentável – Parte 1 : Biofilia

Se você trabalha com design de interiores, deve ter a consciência de que cada decisão sua sobre um projeto é responsável por grandes impactos na vida das pessoas.

Considerando que vivemos 90% de nossas vidas dentro de espaços internos, essas decisões tornam-se tão importantes para a saúde quanto a de um médico.

No entanto, muitos desconhecem os fatores que tornam nossos espaços internos mais saudáveis.

Este desconhecimento leva ao erro, mas acima disso, a projetos que poderiam fornecer muito mais benefícios aos nossos clientes – e consequentemente mais lucro para nossos escritórios.

Por isso, iremos disponibilizar nas próximas semanas uma série de artigos com o foco no Design de Interiores Sustentável.

Este é o primeiro artigo em que tratamos sobre um tema extremamente importante: os benefícios do uso da Biofilia em nossos projetos.

Boa leitura!

O que é o Design Biofílico?

O conceito do design biofílico vem da ideia de que 99% do nosso desenvolvimento biológico é uma resposta direta das forças da natureza – gravidade, luz, ar, plantas, animais – e muito pouco de fontes artificiais como construções ou a tecnologia.

Afinal, o que conhecemos como construções são elementos muito recentes quando observamos nossa evolução de uma forma mais ampla.

Isso fica bem claro quando avaliamos a nossa cronologia evolutiva:

Se toda nossa evolução humana representasse 24 horas, poderíamos dizer que:

  • Nossa biologia conviveu com cidades por apenas 43 minutos.
  • Nossa biologia se beneficiou da fartura de alimentos por apenas 3 minutos.
  • Nossa biologia conviveu com a eletricidade por apenas 1 minuto e meio.
  • Descobrimos as horas por meio de um relógio de pulso (e não pela luz do sol) por apenas 40 segundos.

 

Percebe que todo o restante da nossa evolução aconteceu antes das nossas primeiras invenções humanas? Nossa capacidade de respirar, enxergar, perceber o espaço, o desenvolvimento das nossas funções corporais, todas surgiram do contato direto com a natureza.

É por este motivo que se torna tão importante não ignorar a natureza, buscando espaços tragam mais sinergia com este bem que convivemos e evoluímos em conjunto por tanto tempo.

Compreendendo estes benefícios de uma forma científica é que surgiu o conceito do design biofilico.

Os principais aspectos do design de interiores que utiliza a biofilia são:

  1. A busca por um envolvimento repetido e contínuo com a natureza.
  2. A concentração nas adaptações humanas ao mundo natural que, ao longo do tempo evolucionário, melhoraram sua a saúde e bem-estar.
  3. O estímulo de ligações emocionais com configurações e lugares específicos.
  4. Maiores interações positivas entre as pessoas e a natureza, estimulam um sentido de relacionamento e responsabilidade para as comunidades humanas e naturais.
  5. O estímulo de soluções arquitetônicas de reforço mútuo, interconectadas e integradas.

Por que Promover Biofilia em nossos Projetos?

O projeto que contempla a biofilia não promove só uma melhoria do meio ambiente onde este está inserido. Promove também mais produtividade e um amplo espectro de benefícios físicos, mentais e comportamentais.

Os resultados físicos incluem melhor condicionamento físico, menor pressão arterial, maior conforto e satisfação, menos sintomas de doenças e melhor saúde. Os benefícios mentais variam de maior satisfação e motivação, menos estresse e ansiedade, maior facilidade para resolução de problemas e mais criatividade.

No campo das mudanças comportamentais, a biofilia promove melhores habilidades de enfrentamento e domínio, maior atenção e concentração, melhor interação social e menos hostilidade e agressividade.

Resumindo, ganhamos tanto fisicamente, quanto psicologicamente e – por que não – mais dinheiro para nós e nosso cliente utilizando estas estratégias.

Quais são os aspectos de um design de Interiores que Promove a Biofilia?

São diversos os aspectos, mas, como dito por Stephen R. Kellert, podemos enumerá-los como:

1. Experiências Diretas de Natureza

Aqui estamos falando sobre os elementos primários como luz, ar, água, plantas, animais, clima, paisagens naturais e fogo.

Saber onde o sol está reforça nossos ritmos biológicos, que foram construídos sabendo disso por muito tempo – bem antes de você tirar o celular do bolso a cada 10 minutos para ver a hora.

A ventilação natural é muito importante para o conforto humano e a produtividade. A experiência da ventilação natural em um ambiente pode ser aprimorada por variações no fluxo de ar, temperatura, umidade e pressão barométrica.

O fluxo da água acalma nossos sentidos, melhorando nossa sensação de bem-estar e por consequência nossa produtividade.

Entre diversos outros benefícios…

Exemplo de experiências diretas com a natureza. Cortesia da International Living Future Institute

 

2. Experiências Indiretas de Natureza

Aqui é sobre imagens da natureza, a utilização de materiais naturais, cores naturais, a simulação de luz natural, o contato com formas naturais, elementos que evoquem a natureza ou que denotem a passagem do tempo.

Imagens de natureza são ótimas tanto para nossos sentidos intelectuais quanto emocionais.

Materiais naturais podem ser especialmente estimulantes, refletindo as propriedades dinâmicas da matéria orgânica na resposta adaptativa às tensões e desafios da sobrevivência ao longo do tempo.

A transformação de materiais da natureza freqüentemente provoca respostas visuais e táteis positivas, que poucos materiais artificiais podem duplicar.

Formas que evocam a natureza provocam a nossa imaginação e estimulam a criatividade. Eles não precisam ser excessivamente complexos. Formas simples já proporcionam um ótimo resultado.

Parede verde adjacente ao muro de alvenaria, Paris – Essas fachadas contrastantes empregam estratégias diretas (plantas) e indiretas (trabalho de alvenaria e grade que simulam formas orgânicas) para obter efeitos biofílicos bem-sucedidos.

 

3. Experiências de Espaço e Lugar

Aqui precisamos tratar o design de interiores procurando refúgio, a complexidade organizada, a integração de pessoas e sentimento de lugar, a utilização de espaços de transição, a mobilidade e orientação.

Fornecer vistas amplas, tanto para dentro quanto para fora, nos dá uma noção mais ampla das “oportunidades e perigos” do espaço e uma maior sensação de refúgio e segurança.

Pessoas que desfrutam de espaços que possuam uma sequência definida, assim como pontos de encontro, obtém um maior sentimento de lugar e integração com as pessoas.

A promoção da mobilidade, com caminhos diversos e a promoção do caminhar livre promove mais sentimento de segurança, enquanto a sua ausência promove a confusão e a ansiedade.

Atrium Central, Genzyme Building, Cambridge, MA – A interação da iluminação natural, plantas e água em um átrio central pode simular as qualidades de um ambiente externo em um espaço interno.

Como Implantar um Projeto Biofílico?

É necessário o trabalho em conjunto com o cliente e todos os envolvidos no processo de decisão de um projeto – incluindo gerência, finanças, recursos humanos ou outros, caso estejam inclusos no processo decisório – além dos usuários dos espaços, para que possamos construir um quadro completo de necessidades e possibilidades arquitetônicas.

Toda esta análise levará ao arquiteto a uma melhor compreensão das oportunidades espaciais e humanas que existem e obter resultados próximos ao tripé da sustentabilidade: pessoas, do planeta e do lucro.

É importantíssimo para quem procura realizar um design de interiores saudável e sustentável promover uma integração com a arquitetura e até mesmo o urbanismo de nossas cidades. É preciso tirar partido do que nossas cidades fornecem – ou não fornecem – para estabelecermos espaços altamente saudáveis e produtivos.

Este é apenas um dos pilares essenciais para projetos de interiores sustentáveis. Saiba mais sobre o tema assistindo nosso webinário abaixo:

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projeto de arquitetura
Arquitetura de Alta Performance

Como Realizar um Projeto que Proporcione Qualidade de Vida


Qual o maior ativo que possuímos?

Se você pensa como nós, vai concordar que é o tempo.

O tempo é o que nos permite realizar todas as nossas ações, como fazer amigos, aprender, ter bons momentos em família e o que mais desejarmos.

Só que para desfrutarmos deste tempo da melhor forma possível, precisamos de qualidade de vida.

Sem ela o tempo não significa nada: é como se fossemos computadores velhos processando pouca informação.

O que muitos não sabem é que a arquitetura possui um papel crucial na qualidade de vida, tanto quanto a prática de exercícios ou uma boa alimentação.

De acordo com a United Technologies, um projeto de arquitetura que visa uma maior qualidade de vida pode gerar resultados expressivos, como:

  • 172% de melhor desempenho no uso da informação
  • 183% na performance em raciocínios de estratégia
  • 97% de respostas mais assertivas sobre problemas
  • 51% de melhoria nas atividades que necessitam de foco

 

Agora que você conhece esses benefícios, imagine uma situação completamente diferente.

Existem pessoas que por falta de espaços adequados vivem em condições precárias. Pessoas que possuem seu sono prejudicado diariamente, ou que até mesmo contraem doenças graves.

Não querermos ser responsáveis por prejudicar a vida de pessoas realizando projetos com baixo nível de qualidade de vida, certo?

Buscamos justamente o contrário: espaços onde as pessoas possam prolongar o seu tempo de vida e exercer suas funções com o máximo de qualidade.

Mas como podemos realizar um projeto de arquitetura que forneça mais qualidade de vida para nossos clientes — escapando do lugar comum da arquitetura e obtendo mais lucro para nossas empresas?

Fique tranquilo. Neste artigo, você vai aprender de uma maneira simples e didática quais são os 3 ingredientes fundamentais para que seu projeto de arquitetura proporcione mais qualidade de vida e torne-se uma referência em sua região.

Passo 1: Encontre os Benefícios Máximos

“Pessoas não compram coisas, compram benefícios”.

Esta é uma afirmação muito comum no mundo do marketing.

Imagine você comprando um controle remoto: você não quer saber quantos botões ele possui, só o quanto ele pode facilitar sua vida, certo?

Com nossos espaços é a mesma coisa. Você precisa entender que a arquitetura não é o estágio final, e sim um meio para atingirmos um objetivo — que aqui chamamos de Benefício Máximo.

Os Benefícios Máximos são variáveis, mas é possível encontrar padrões para cada tipo de cliente:

  • Escritórios: uma empresa mais lucrativa e reconhecida.
  • Residenciais: conforto e qualidade de vida.
  • Lojas: visibilidade da marca e mais vendas.
  • Hospitais: recuperar pacientes mais rapidamente.
  • Escolas: mais aprendizado e reconhecimento.

 

Apenas conhecendo os benefícios máximos para cada cliente é que podemos ir atrás das estratégias corretas para conquistá-lo.

Para você entender bem, deixe eu mostrar um exemplo.

Como dito antes, o benefício máximo para um cliente de escritório é possuir uma empresa mais lucrativa e reconhecida.

Mas como um cliente pode obter isto realizando um projeto com você?

Uma das estratégias principais será buscar a maior produtividade do cliente e de seus funcionários.

Mas quais os fatores melhoram a produtividade? Alguns deles são:

  • Iluminação: permite a obtenção de informações de forma mais rápida e com menos cansaço. Eleva a produtividade em no mínimo 12% (Fonte: CBRE).
  • Conforto Térmico: um ambiente adequado eleva a performance em até 35% (Fonte: REHVA).
  • Vistas de Qualidade: permite uma maior adaptação do ritmo biológico, melhorando a saúde e reduzindo as faltas no trabalho.
  • Conforto Acústico: facilita a concentração e a troca de informações.
  • Entre outros…

Já imaginou você vendendo seu projeto de arquitetura incluindo todos esses benefícios para seus clientes? Aumentando o reconhecimento do seu escritório e a rentabilidade do seu projeto? É o que muitos de nossos alunos estão fazendo hoje.

Mas é claro que apenas focar nos benefícios não levará sua empresa para o próximo nível. Nossos alunos também sabem disso.

O próximo passo que você precisa é…

Passo 2: Crie micro-processos com foco nos Benefícios

Para que seus projetos atinjam os benefícios ditos acima, você precisará de micro-processos bem definidos para cada projeto.

Um exemplo: se você sabe que para atingir uma grande Economia de Água Externa em uma edificação você precisa:

  1. Obter dados de precipitação e evapotranspiração para determinar os requisitos de irrigação.
  2. Determinar das áreas com vegetação.
  3. Selecionar os tipos de plantas adequadas.
  4. E por aí vai…

 

…tudo fica mais fácil para você e sua equipe.

Agora imagine isso para todos os elementos do seu projeto. Iluminação, conforto térmico, acústico, qualidade do ar…

Uma das maiores vantagens de estabelecer micro-processos é que você pode relembrar, retomar ou transferir atividades para outra pessoa de sua equipe de forma muito rápida, obtendo bastante produtividade.

Outra grande vantagem é que você será capaz de identificar quais atividades você está atingindo bons resultados e quais precisa melhorar.

Infelizmente, a grande maioria dos arquitetos não consegue criar micro-processos, e entram no que chamamos de Ciclo da Estagnação:

Por estarem dentro do Ciclo de Estagnação, não conseguem dar passos para fora da zona de conforto. Cada tentativa pode gerar um grande estresse.

Como resultado, comprometem o futuro de suas empresas, ou são obrigados até mesmo a fechar as portas por tamanha competitividade.

É claro que gerar mini-processos não é uma tarefa fácil. Toma tempo e energia.

Na UGREEN, nossa plataforma de ensino em arquitetura, criamos dezenas de micro-processos. Foi necessário muito tempo e vivência para filtrar as normas nacionais e internacionais realmente importantes.

Mas, a partir do momento que o arquiteto aprende micro-processos e consegue repassá-los de forma rápida para sua equipe, sua empresa tende a crescer não apenas em número de projetos ou funcionários, mas em inteligência coletiva para atingir um próximo nível.

Por isso é importante você ter processos sistematizados para repassar aos seus colegas de trabalho ou funcionários. Uma das ideias é criar apresentações internas ou gravar vídeos repassando esses conteúdos.

Não é o objetivo aqui mostrar como você pode fazer isso, afinal, esse tema por si só já merecia um livro.

Mas se o leitor possui o desejo de se aprofundar em Projetos de Arquitetura que proporcionem mais qualidade de vida e ao mesmo tempo ter o poder de repassar estes conhecimentos para seus funcionários com um clique de botão, minha sugestão é que você conheça a nosso Arquitetura Sustentável na Prática, onde abordamos todas essas estratégias de forma prática e eficiente.

Passo 3: Siga uma Metodologia para obter os micro-processos eficientes

Neste momento você compreende que fornecer benefícios máximos para seus clientes por meio de micro-processos é um ótimo caminho para uma empresa mais produtiva e lucrativa.

No entanto, existem arquitetos que, por medo de estarem perdendo “uma nova tendência”, começam a obter uma misturada de cursos, métodos e programas. Isso simplesmente não funciona.

Se você procura realizar um projeto de arquitetura que proporcione benefícios máximos para seus clientes, ou você escolhe um modelo completo e que atinja esses objetivos, ou você jamais terá micro-processos funcionando de verdade em sua empresa.

É lamentável ver a quantidade de profissionais que adquirem diversos livros de arquitetura ou compram treinamentos que possuem conceitos poucos ligados aos benefícios que seus clientes procuram.

A velha desculpa é sempre essa: “Eu pego uma coisa boa de cada curso”. Particularmente não conheço pessoas que tenham acertado fazendo isso em seu processo.

Há 16 anos eu sou um estudioso de arquitetura e pesquisador viciado, porém, aprendi a ser seletivo naquilo que eu estou estudando para que consiga implementar em meus projetos.

Faço isso simplesmente analisando se aquele novo material está alinhado com os benefícios máximos de meus clientes.

Atualmente tenho um grande números de arquitetos que confiam vários micro-processos de suas empresas com base em nossos conselhos ou nos próprios processos que já realizamos.

Isso é muito sério. Antes de apresentar técnicas para que tragam grandes benefícios para meus clientes, preciso ter a certeza que aquilo funciona.

É um processo científico de experimentação, validação e compartilhamento.

Pelo bem da sua empresa: nunca mais comece a aprender coisas desconexas.

Escolha um método “fechado” com foco claro nos benefícios dos seus clientes e veja o resultado.

Parece um bom plano para você?

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arquitetura sustentável
Arquitetura de Alta Performance

Arquitetura Sustentável: Por que a Maioria Falha Implementando?

A Arquitetura Sustentável gera diversos benefícios para o ser humano, a sociedade e o planeta…

Isso você já sabe.

São termos diversos na cabeça de profissionais do mundo todo: materiais reciclados, redução do consumo de água, telhado verde, energia solar, jardim vertical…

Porém, a aplicação de estratégias sustentáveis é realizada de forma lenta por muitos profissionais.

Os motivos para a falha são diversos:

  1. A falta de conhecimento técnico dos profissionais.
  2. Os que aprendem algumas estratégias, mas não conseguem apresentá-las para seus clientes.
  3. A percepção de que isso não traz valor para o seu negócio.

O resultado é que diariamente projetos são finalizados com baixo desempenho. Quem perde é o cliente, a sociedade e também o meio ambiente.

Porém, quem perde realmente…

São estes profissionais.

Sim. Inclusive aqueles que reclamam de que “o mercado está difícil”.

O curioso é que muitos são aqueles que optam trabalhar de forma convencional. Logo, deixam de desenvolver um projeto de maior valor ou até mesmo deixam de desenvolver serviços adicionais.

Portanto, geram um valor, reconhecimento e impacto aquém dos seu verdadeiro potencial.

…A verdade, é que:

Para obter diferenciação de carreira, a sustentabilidade pode ser uma grande aliada…

Contanto que você utilize a sustentabilidade ao seu favor.

Ou você continua vivendo um dia após o outro esperando que “amanhã” a crise passe…

(e neste momento você já deve saber que esta crise não passará tão cedo)

…ou você começa a tratar de criar diferenciais como uma forma de investimento.

Mas como saber se o seu nicho possui potencial para estratégias sustentáveis?

Basta Você Responder 3 Grandes Perguntas:

01 – Quais estratégias em arquitetura sustentável seria um bom diferencial para seus clientes?

Vamos dizer que você trabalhe, por exemplo, com projetos de interiores de escritórios. Desenvolver simulações de conforto lumínico ajudaria a lhe diferenciar?

Alguns de nossos alunos obtiveram ótimos resultados realizando simulações lumínicas para seus clientes. Afinal, esta á uma estratégia que melhora a produtividade da empresa em no mínimo 12% (Fonte: CBRE).

Portanto, é uma estratégia sustentável que gera valor. E se gera valor, pode ser comercializada.

Cada nicho possui estratégias sustentáveis de grande valor para seus clientes. Você precisa saber quais são para vender mais e obter mais competitividade.

02- Quais estratégias em arquitetura sustentável você poderia desenvolver hoje?

Aqui é sobre a capacidade de atingir os resultados que você já sabe que são bons diferenciais.

03 – Qual o Lucro Adicional que você poderia obter por cada projeto?

A cada novo projeto, qual a porcentagem de lucro que você poderia obter por estratégias adicionais? 30, 50, 100%?

Essas são perguntas básicas que todo profissional precisa estar apto para responder.

Ou, como nós gostamos de dizer… isso é o que todo BOM Empresário vai apresentar aos seus clientes. Serviços básicos com estratégias adicionais que geram diferenciais competitivos.

Todo profissional precisa se diferenciar, para evitar “sair do jogo” por falta de espaço.

Portanto, se você quer trabalhar em diferencação, precisa pensar nestas perguntas.

Felizmente, é exatamente isso que você irá aprender nesse artigo.

Por Que Gerar Diferenciação Com Arquitetura Sustentável?

A matemática é simples e não nos deixa enganar:

Lucro = Faturamento – Investimento

Qualquer empresa que procura faturar precisa vender produtos para quem procura comprá-los. Raciocínio até bobo, certo?

Para aumentar seu faturamento, você pode:

1. Vender projetos para mais clientes: é o que todos tentam fazer, projetos para o máximo de clientes possíveis. Se você tiver uma número bem grande de clientes é uma estratégia até viável.

2. Vender seus projetos por um valor maior: aqui estão os arquitetos que buscam aumentar a percepção de valor do seu negócio. Se diferenciam entregando melhores serviços e obtém mais resiliência em períodos de escassez.

Hoje eu, Filipe, participo de grupos de profissionais. Nesses grupos, tenho a oportunidade de acompanhar os bastidores de centenas deles.

A variedade é bem grande, mas existe uma maioria que enxergava seu negócio como a venda de um único produto.

Você sabe qual é este produto: Um projeto Básico de Arquitetura. Projeto Estrutural. Acompanhamento de Obra.

E este é um erro brutal. Principalmente porque poucos possuem clientes chovendo em suas portas todos os dias.

O ponto é que você precisa enxergar seu escritório como uma empresa que…

Possui uma “linha de produtos” em arquitetura sustentável.

Essa linha de produtos pode ser utilizada, total ou parcialmente, dependendo do projeto. Desta forma, você obtém uma diferenciação estratégica em cada novo caso.

Logo, as disciplinas existentes dentro da sustentabilidade podem gerar vários “produtos adicionais”. Não apenas produtos que aumentam o valor do seu projeto, mas que trazem um valor real para a vida do seu cliente.

Em resumo, estamos falando sobre maximizar a satisfação dos seus clientes maximizando também o seu lucro.

E aqui você começa enxergar a sustentabilidade como um grande diferencial de carreira.

Porém, mesmo você já sendo um expert na área, precisa de uma boa estratégia para fazer seu negócio dar certo….

Um Erro Muito Comum Na Estratégia De Diferenciação…

Imagine que você já conhece sobre projetos sustentáveis e está em reunião com um novo cliente.

Você não chegará para este cliente dizendo que faz projeto de arquitetura + iluminação, conforto térmico, acústico, eficiência energética, eficiência da água, otimização de recursos naturais, materiais…

O cliente provavelmente saberá muito pouco sobre o que você está falando.

As chances são grandes que ele se sinta sufocado pelo excesso de informações. Dirá que volta a conversar com você “um outro dia” (e que pode ser provavelmente nunca).

Existe uma sequência de tarefas que devem ser realizadas para que um cliente entenda seus diferenciais.

Vamos entender onde que o erro acontece. Deixe-me ilustrar as duas formas principais que muitas empresas vendem seus projetos:

 

Não sei se você se encaixa em um dos dois perfis. Porém, espero que você não faça parte de nenhum desses (principalmente do 2). Caso contrário o seu negócio está correndo sérios riscos…

Existe um grande problema para quem está utilizando a estratégia 2. A margem de conversão (% de vendas fechadas por proposta enviada) geralmente é baixa.

O valor de projeto também, pois você ainda não teve tempo de demonstrar o diferencial dos seus serviços.

Lembra que eu falei que você precisa trabalhar em estratégias sustentáveis COM o cliente ao invés de CONTRA ele?

Não adianta você ter o domínio de estratégias de construção sustentável e tentar vender seus diferenciais…

…para pessoas que não tiveram o menor tempo de absorver esses serviços e entender as suas vantagens.

O “ciclo educacional” de quem vende arquitetura sustentável é ao menos 30% mais longo de quem vende o tradicional.

Principalmente porque é um território completamente desconhecido para a grande maioria das pessoas.

Portanto, muitos acabam “se diferenciando para o mal” quando vendem arquitetura sustentável.

Peço desculpas se estou sendo muito duro, mas acredite. Eu já vi esse ciclo acontecer dezenas de vezes:

arquitetura sustentavel

Talvez você esteja se perguntando: Ok, mas então o que eu devo fazer para ter lucro com arquitetura sustentável?

O que você precisa construir para o seu negócio é o que nós chamamos de “Estratégia de Aquisição Educacional”.

O Modelo Sustentável para Vender Arquitetura Sustentável

A Estratégia de Aquisição Educacional consiste em você atrair novos clientes com consistência para o seu negócio. Não apenas isso, mas criar um processo educacional sobre os benefícios da arquitetura sustentável.

Pela educação o aumento da notoriedade da sua empresa se intensifica. Sua probabilidade de venda e sua margem de lucro também.

Como isso funciona?

A estrutura consiste em:

  1. Atrair os clientes certos aos seus serviços
  2. Obter seu contato e agendar uma conversa
  3. Apresentação de recurso educacional
  4. Realizar a primeira conversa e Diagnóstico inicial
  5. Elaboração do Diagnóstico Intensivo (Pago)
  6. Apresentação do Prognóstico
  7. Apresentação da Proposta
  8. Apresentação das Estratégias Adicionais
  9. Desenvolvimento do Projeto (caso FECHADO) ou Acompanhamento (caso NÃO FECHADO)
  10. Conclusão e obtenção de recomendações.

 

arquitetura sustentável

Possuindo esta sequência, você possui um sistema para vender arquitetura sustentável.

Possui um sistema consistente de diferenciação profissional. Por consequência, projetos mais reconhecidos e lucrativos.

Esse é exatamente o modelo que utilizamos em nosso negócio. É o modelo que nossos alunos que participam das nossas formações também utilizam com sucesso.

Existem grandes vantagens em se ter uma Estratégia de Aquisição Educacional…

  • Ao invés de você simplesmente tentar vender arquitetura do zero, você terá educado este cliente antes.
  • Um cliente educado compreende seus diferenciais.
  • Por consequência, o processo de vendas se torna mais leve e rápido.
  • Educar lhe diferencia dos vendedores comuns. Portanto, seu escritório atrai mais projetos e lucro.

Outro “efeito colateral” do processo educacional são as recomendações. É algo que recebemos toda a semana.

Um cliente pode não comprar seu serviço… mas quando ele compreende o seu trabalho, pode recomendar para outros.

Se tudo isso for uma novidade para você…

Calma. Com as ferramentas certas, você pode obter os mesmos resultados.

Alguns podem dizer: “Ah, mas isso dá muito trabalho. Prefiro continuar trabalhando como eu sempre trabalhei.”

Outros já podem falar: “Essa estratégia é só para quem possui uma empresa consolidada…”

É uma escolha, mas nós preferimos utilizar a Estratégia de Aquisição Educacional por 2 motivos:

1. Preferimos ter controle sobre nosso trabalho.

Com a Estratégia de Aquisição Educacional, tenho certeza de que estou apresentando nossos diferenciais. As chances de fechamentos se intensificam.

2. Nós gostamos de ter uma empresa lucrativa e saudável, simples assim.

Não tem como negar, a Estratégia de Aquisição Educacional é mais lucrativa. Podemos nos diferenciar a ponto de vender não apenas um, mas outros serviços. Alguns nos inseriram em grandes empresas do Brasil, com estas:

Estas são as vantagens de utilizar a Estratégia de Aquisição Educacional:

  • Você obtém mais vendas, uma maior margem de lucro e mais “permeabilidade” em mercados até mesmo hostis.
  • Gera uma renda mais consistente e evita a imprevisibilidade.
  • Obtém novos clientes por processos automatizados.
  • Evita a falta de clientes recorrentes, que é o que mais mata escritórios hoje.

Como Criar Uma Estratégia de Aquisição Educacional?

O primeiro passo é seguir a estrutura que eu ensinei no tópico anterior.

Costumamos dizer que a Estratégia de Aquisição Educacional é o oxigênio do nosso negócio. Isso significa que você precisa constantemente alimentar o seu sistema com novos prospectos. Desta forma, você pode executar boas vendas todos os meses.

Lembre-se da estrutura:

  1. Atrair os clientes certos aos seus serviços
  2. Obter seu contato e agendar uma conversa
  3. Apresentação de recurso educacional
  4. Realizar a primeira conversa e Diagnóstico inicial
  5. Elaboração do Diagnóstico Intensivo (Pago)
  6. Apresentação do Prognóstico
  7. Apresentação da Proposta
  8. Apresentação das Estratégias Adicionais
  9. Desenvolvimento do Projeto (caso FECHADO) ou Acompanhamento (caso NÃO FECHADO)
  10. Conclusão e estratégias de recomendações.

Não adianta você querer fazer arquitetura sustentável no mundo real e não acompanhar cada uma dessas etapas. Logo, é muito importante seguir o checklist acima.

A Estratégia de Aquisição Educacional possui etapas bastante específicas. Porém, você normalmente consegue criar toda essa estrutura em cerca de 40 dias, não mais do que isso.

Você Quer Nossa Ajuda Para Sua Diferenciação Na Arquitetura Sustentável?

Aqui está uma lista do que eu preparei para te ajudar a montar a sua Estratégia de Aquisição Educacional:

  1. Definição do Posicionamento de sua empresa em diversas mídias.
  2. Definição de campos de atuação e estratégias adicionais.
  3. Checklist de descoberta do que você pode realizar HOJE.
  4. Aprendizado das estratégias essenciais que você não tenha conhecimento.
  5. Definição dos recursos educacionais.
  6. Definição do modelo de diagnóstico essencial.
  7. Definição do modelo de diagnóstico Intensivo (pago).
  8. Definição de apresentação de Prognóstico e proposta.
  9. Definição do modelo de proposta para vender Arquitetura Sustentável com MAIS LUCRO.
  10. Sistema de relacionamento e recomendações para a sua empresa.
  11. E mais…

A Estratégia de Aquisição Educacional é o núcleo do nosso treinamento, o Green Circle.

Um grande abraço e até breve!

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Urbanismo

Construíndo Cidades Inteligentes

Você sabe o que são as Cidades Inteligentes?

Cidades inteligentes são cidades que possuem a tecnologia, a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico inovador em função de uma cidade eficiente e com melhor qualidade de vida.

Normalmente abordamos assuntos mais ligados a projetos, mas desta vamos abordar um assunto coletivo dos projetos e como eles compõem o contexto urbano.

Esperamos que este conteúdo ajude você a pensar sobre nossas cidades e contribuir para a sua evolução junto com a gente!

O Desenvolvimento de Cidades Inteligentes

A cidade de Curitiba sediou no mês de março um importante evento chamado Smart City Expo Curitiba,  que reuniu autoridades internacionais e nacionais no que diz respeito a criação e desenvolvimento de cidades inteligentes. Os principais assuntos abordados neste evento de 2018 foram:

• Tecnologia Disruptiva
• Inovação Digital e Desenvolvimento Economico
• Governança
• Futuras Cidades Sustentáveis

Os assuntos abordados no evento trazem uma variedade de subitens, todos importantes para a composição de uma cidade inteligente. O último deles fala diretamente com profissionais da construção civil e nossa contribuição para seu desenvolvimento.

Mais quais são esses itens?

Pontuamos os 5 Principais, que consideramos contribuições de hoje para as Cidades Inteligentes de amanhã:

1- Energia Limpa

Cidades Inteligentes, por inúmeras questões, serão cidades que operam com energia limpa e descentralizada. Unidades geradoras instaladas em prédios comerciais ou residenciais contribuirão para a construção de um “grid” de colaboração entre as partes, trazendo autonomia e eficiência para os projetos e seus inquilinos.

Quais os benefícios da descentralização?

• Eficiência – Perdas em transmissão significam 40 – 60% de energia.
• Apagões perdem o seu potencial de desastre, se comparados com a geração de energia tradicional.
• Espaços públicos – Infraestrutura para transmissão e conexão ocupam espaço, e podem ser minimizadas e mantidas apenas para backup.
• Limpeza do ar – Energias não renováveis são poluentes e contribuem para o aquecimento global.

Ainda no mesmo intuito de utilizar energia com melhor eficiência, é necessário citar os meios de locomoção. Quais se adequam a filosofia das smart cities, que é de potencializar os meios de conexão entre os espaços sem aumentar os impactos ao meio ambiente?

Ao contrário do que se vê nos filmes hollywoodianos, priorizar o pedestre é uma das metas das cidades inteligentes. Carros são apenas coadjuvantes —existentes — mas totalmente dispensáveis.

E como isso pode ser alcançado?

• Carros elétricos.
• Transporte Público de qualidade.
• Ciclovias e estruturas que suportem essa mobilidade sustentável.
• Vias de qualidade aos pedestres.
• Interconexão entre os projetos.

Cabem aos arquitetos, urbanistas e engenheiros prever esses espaços ou sua adequação para receber essas novas tecnologias e avanços.

A promoção de espaços de qualidade e interconexão entre os projetos construídos são itens importantíssimos a serem estudados e aprofundados, pois podem determinar o sucesso deste conceito.

2- Construções

A qualidade e a efetividade das construções são contribuintes para o bom funcionamento de uma cidade inteligente, e como podemos construir hoje a arquitetura que também irá afetar o amanhã.

Construções NetZero

Esse conceito dificilmente vai cair de moda. Edificações autossuficientes, preparadas para neutralizar sua existência são um perfeito exemplo de uma arquitetura e engenharia que permanece. As tecnologias se atualizam, mas uma vez que seu projeto esteja planejado para receber o que já podemos oferecer hoje, as atualizações se tornam mais fáceis.

 

 

O que fazemos com construções que não foram pensadas dentro do conceito NetZero ? Adaptamos. Uma construção que não é NetZero, mas que pode ser adaptada para seu maior potencial de operação eficiente, é um investimento muito melhor aos olhos da sustentabilidade do que uma destruição e nova construção dentro dos padrões. Ser inteligente requer reconhecer valores existentes e preservá-los.

Em uma edificação existente o material já foi extraído, processado, transportado e a energia e água já foram expendidas. Devemos valorizar esse esforço, a pegada já impressa no meio ambiente, sem duplicá-la. Esta ideia é algo que a America Latina não utiliza em todo seu potencial, mas que a Europa aplica bem. As grandes cidades da Europa são exemplos clássicos de como o novo e antigo podem ser unidos com sucesso.

3- Vegetações

Assim como unir o novo e o antigo faz parte da construção de uma cidade inteligente, trazer a vegetação para dentro dela é não somente necessário para a saúde, mas uma grande contribuição para eficiência e controle climático.

Portanto, não apenas para jardins bem decorados deve servir o verde.

O verde na cidade deve servir proposito. Inserir o verde em telhados, paredes, ou jardins que tratam efluentes são apenas algumas das mais eficientes e produtivas formas de utilizá-lo.

Outra forma de se trazer o verde ativo para a cidade seria utilizando os espaços obsoletos como hortas urbanas. Além dessas vantagens, teremos os benefícios mais óbvios como a purificação do ar, a redução da temperatura do microclima e a permanência de microrganismos dentro dessa atmosfera.

 

4- Climas Extremos

Cidades ao redor do mundo todo, especialmente em grandes centros urbanos, hoje enfrentam um problema comum: as mudanças climáticas. Isso significa para muitas cidades eventos climáticos extremos.

O planejamento urbano hoje precisa levar em conta as consequências desses eventos extremos como: enchentes, tempestades de vento ou neve, temperaturas atípicas por região e outros. Não podemos contar com a reversão deste quadro tão cedo, portanto necessitamos de planejamento para a mitigação desses efeitos e cidades mais resilientes.

Algumas das estratégias mais comuns para cidades mais resilientes são:

• Pavimentação drenante.
• Vegetações resistentes ao vento.
• Engenharia flexível.

Você notou que não mencionamos um item sequer fora de nossa realidade atual?

Ainda sim, todos os itens mencionados tem grande potencial de estar em nosso futuro, pelos benefícios que trazem hoje e que permanecem.

5- Cultura

Como mencionado anteriormente, uma cidade inteligente dificilmente será construída do zero. Ela acontece todos os dias. Cidades nascem e crescem organicamente e smart-cities devem ser moldadas nessa mesma cultura.

Aliás, todas as tentativas até o momento de moldar smart cities da noite pro dia foram frustradas. A Índia e a Korea do sul enfrentaram esses problemas de diferentes formas. Veja alguns dos itens responsáveis pelo fracasso:

O Fracasso na Índia:

A Índia lançou um plano ambicioso de investir em cidades menores e já habitadas, transformando-as rapidamente em Smart Cities. Como resultado, enfrentou sérios problemas, como:

• A legalização de toda documentação do projeto em tempo hábil.
• A mudança de legislações para adequar certos terrenos e vizinhanças ao novo projeto.
• A adequação drástica da população ao remanejamento das novas vizinhanças.

O Fracasso na Korea do Sul:

Esta criou “Cidades perfeitas” no conceito, mas cometeu um erro gravíssimo. Os cidadãos que vieram a habitar essa cidade foram admitidos somente após serem entrevistados. Resultado:

• Pessoas convidadas não se adaptaram com outros convidados.
• A Falta de uma cultura local era uma reclamação constante.
• Diversas pessoas retornaram a Seul, por sentirem falta de mais compaixão e cultura entre as pessoas.

Conclusão

Pessoas precisam sentir-se em casa para chamar um lugar de seu. Ela não precisa ser sua cidade de nascimento, mas precisa ser a cidade com que você se identifica e ajuda a construir todos os dias.

Não é suficiente convidar pessoas com um determinado perfil para um lugar “perfeito” em conceito. Elas precisam ver seu valor e comunidade, para que esta possa ter sucesso e prosperar.

A cidade inteligente pode ser a sua cidade, basta que você comece a construí-la!

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saúde e sustentabilidade na construção civil
Lotes Sustentáveis, Materiais Sustentáveis

A Saúde e Sustentabilidade na Construção Civil

Qual a Relação da Saúde e Sustentabilidade na Construção Civil?

Os temas estão bastante relacionados. Independente da escala de uma obra, os impactos à saúde acontecem indiretamente através da limpeza de nossas cidades e, de forma mais direta, através dos cuidados necessários que a equipe de obra recebe de sua empresa.

O gerenciamento de uma obra com o foco na sustentabilidade e na saúde é uma parte importante para a construção civil, tanto do ponto de vista econômico, como do ambiental.

E você, sabe como identificar esse impactos prejudiciais a obter mais saúde e sustentabilidade na construção civil?

Existem múltiplas tarefas que precisam ser cumpridas para reduzir os danos ou a poluição, melhorando a saúde dos trabalhadores e dos vizinhos de uma edificação.

Neste artigo vamos abordar vários desses itens, inclusive podendo ser seu checklist no planejamento de obras sustentáveis.

na limpeza do terreno

Uma obra limpa começa já no primeiro contato com o terreno. Quais são suas características principais?

Uma equipe de obra está acostumada a realizar esse levantamento, mas a intenção aqui é que ele seja feito com outros olhos, não apenas pensando no início rápido da obra.

Geralmente, a maioria das obras ocorrem em terrenos pré-ocupados ou que encontram-se vazios, mas muito sujos, devido ao pensamento inadmissível de que um terreno vazio é automaticamente um depósito de lixo para a vizinhança.

O mais comum é haver uma boa limpeza, seja na demolição de edificações preexistentes, capina e recolhimento de grandes quantias de resíduos sólidos.

No entanto, esta é uma excelente oportunidade para iniciar o gerenciamento adequado de resíduos, e deve ser um dos primeiros itens da lista, logo ao lado da contratação de escavadeiras e tratores.

O resíduo que será encontrado geralmente será uma incógnita. Portanto, descubra situação do terreno e monte um plano básico de destinação, contabilizando seus desvios de resíduos sólidos dos aterros sanitários e obtendo mais saúde e sustentabilidade na construção civil.

Em uma certificação, como o LEED, AQUA, entre outros, este item contará alguns pontos.

Quais são os destinos mais comuns para os resíduos?

  • Reciclagem.
  • Resíduos da construção civil para reaproveitamento – no caso de demolição.
  • Poda para compostagem.

Durante a limpeza do terreno é importante pensar na grande movimentação de terra e nesta etapa inicia também o controle de qualidade do ar e da água.

Controle inicial da qualidade do ar

Em áreas que a terra já encontra-se exposta — e com muita movimentação de máquinas — procure manter o solo umedecido (utilizando água de reaproveitamento da chuva). Esta ação evita levantar tanta poeira, preservando a saúde dos alérgicos dentro e ao redor da obra.

Controle de qualidade das águas durante a limpeza

Utilize mantas de bidim em todas as bocas de lobo em que o terreno possa escoar água. Essas mantas devem ser trocadas com frequência.

Proteja todos os corpos d’água durante a limpeza, para que não sejam contaminados com resíduos.

Importante: O direcionamento dos resíduos para outros fins que não sejam aterros sanitários podem muitas vezes ser capitalizados. Converse com uma empresa especialista em gerenciamento de resíduos e maximize suas opções.

Preservação do Ambiente

Se procuramos uma relação de saúde e sustentabilidade na construção civil, obviamente precisaremos de uma atenção especial aqui.

Antes de iniciar qualquer movimento dentro do terreno, isole áreas de preservação com cercas, respeitando o espaço mínimo exigido para cada caso – árvores, bosques, áreas de proteção ambiental exigida por lei, santuários, entre outros.

Esse item é sensível e requer auxilio de um profissional do meio ambiente junto as autoridades locais de preservação ambiental, para que as leis sejam cumpridas de forma correta e a licença ambiental seja expedida para a obra.

Caso o empreendimento esteja buscando certificação, as áreas de proteção ambiental valem pontos e o cuidado com essas APAs deve ser documentados durante todo o processo da obra.

Corpos d’água

No inicio tocamos brevemente nesse assunto, mas aqui podemos discutir de forma mais detalhada. Quando tratamos de corpos de água, as maiores preocupações que surgem são:

  • Contaminação: para evitar a contaminação das águas, crie barreiras ao redor dos corpos de água e canais de direcionamento de água da chuva, para que a água que corre na construção com resíduos de obra não termine dentro da água a ser preservada.
  • Assoreamento: é o preenchimento dos corpos de água por areia, lodo, ou outros resíduos, fazendo com que eles percam profundidade e a qualidade da água seja comprometida com a possível contaminação. O assoreamento pode ser evitado com a preservação da mata ciliar, barreiras de contenção como gabião e mantas de bidim nas bocas de lobo.
  • Controle de erosão no terreno e seu entorno: a erosão em áreas de construção é muito comum e prevenir é muito melhor que ser remediar. Algumas formas de prevenção e remediação da erosão são o uso de taludes e solos gramados, o direcionamento das águas da chuva através de canais, a redução da velocidade das águas com o uso de lombadas, vegetação e percursos e a recomposição de áreas já afetadas pela erosão com gabião, muros de arrimo, entre outros.

O Remanejamento de terra durante a obra

O remanejamento da terra parece um item muito simples e que nem sempre recebe a devida atenção, mas esta questão deve ser vista com outros olhos em obras sustentáveis. O remanejamento deve ser feito de forma que a terra que esteja sendo removida do terreno não suje toda vizinhança.

Frequentemente encontramos trilhas de terra por muitos metros de distância da entrada de uma obra. Isso pode e deve ser evitado com algumas estratégias:

  • Sempre que possível, o carregamento de terra deve ocorrer dentro do terreno.
  • Os caminhões devem utilizar lonas ou telas para cobrir a terra e evitar que o vento espalhe.
  • A saída da obra deve possuir uma trilha de pedregulhos para que os torrões de terra se desprendam das rodas dos caminhões antes de chegar no asfato.
  • Caso necessário, criar um pequeno espaço para lavar as rodas de caminhões com água reutilizada da chuva.
  • As bocas de lobo em todo entorno da obra devem ser cobertas por mantas de bidim.

Estes foram os primeiros controles de limpeza e preservação ambiental para o inicio de uma obra que traga saúde e sustentabilidade na construção civil.

Durante o período de construção alguns itens deste início devem permanecer sendo monitorados e tratados e outros serão adicionados aos controles.

 

O Gerenciamento da Qualidade do Ar

Este item possui alterações de acordo com as fases da obra, mas o propósito permanece.

No início o controle é da terra e da areia seca. Mantê-las úmidas (preferencialmente com a água coletada da chuva) faz com que a vizinhança seja afetada ao mínimo neste quesito.

Durante a obra:

  • Mantenha o controle de poeira.
  • Crie áreas dedicadas para os trabalhadores fumarem. Eles não devem ser permitidos a fumar dentro da edificação.
  • Áreas de serralheria devem ser protegidas por telas, para que o pó de serra seja contido nesta área.
  • Enquanto não houver fechamento a edificação, esta deve também possuir redes de proteção para conter boa parte das partículas no ar e até mesmo evitar que detritos sejam arremessados para longe da edificação.
  • A varreção na obra deve ser feita com vassouras úmidas para evitar muita poeira dispersa.
  • Durante tarefas de pintura os andares devem ser isolados e os trabalhadores utilizar máscaras com filtros apropriados para a tarefa.
  • Dutos e conexões de HVAC devem ser mantidas em um depósito e embaladas, para que não sejam instaladas com poeira dentro das conexões.

Após entrega da obra:

  • Filtros de HVAC devem ser trocados após o flush out do equipamento antes da ocupação.
  • A varreção pós obra deve ser feita com vassouras úmidas para evitar muita poeira dispersa no ar.
  • Não deve ser permitido fumar perto das tomadas de ar de HVAC, janelas, ou menos de 25 metros de qualquer porta de acesso a edificação.

O Gerenciamento de resíduos

A relação de saúde e sustentabilidade na construção civil para o destino dos resídios é primordial.

Diminuir a produção de resíduos é importante para saúde porque lixões contaminam o solo, a água e o ar.

Talvez não consigamos acabar com os aterros sanitários de uma vez por todas, mas com certeza eles possuem o potencial de ter pelo menos metade dos tamanhos atuais.

O que pode ser reduzido:

  • Desperdício de materiais.
  • Redução de embalagens.
  • Reutilização de materiais dentro do canteiro, como tapumes, madeira, entre outros.

A destinação dos resíduos

Mesmo com todos os esforços de redução de resíduos, uma obra gerará uma certa quantidade. O mais importante é que o mínimo seja destinado para os aterros sanitários.

Empresas especializadas em coletas de resíduos da construção civil normalmente são contratadas para destinar esses resíduos, mas muitas vezes isso significa o posicionamento de caçambas e coleta sem uma seleção prévia.

Separar os resíduos dentro do canteiro de obra e contratar uma empresa especializada em destinação de múltiplos resíduos tem se provado mais eficiente na sua reciclagem e reaproveitamento.

Reciclagem, reúso e compostagem são os destinos mais comuns para 80% dos resíduos se bem selecionados.

Planejamento de compras

O planejamento das compras começa no projeto até o dia a dia para que possamos obter saúde e sustentabilidade na construção civil.

Devemos pensar na eliminação de metros quadrados desnecessários em projeto para evitar o uso desnecessário de mais recursos naturais, passando a manutenção de materiais para evitar recompras, até reutilização de recursos de outras obras.

Materiais devem ser comprados com certos requisitos em mente, como na redução da quantidade de materiai, a redição da quantidade de embalagens e na otimização da logística, no que se refere a número de viagens e distância percorrida.

 Acondicionamento de Materiais da Construção

Em obras sustentáveis, a preocupação com o destino de materiais é tão importante quanto acondicioná-los de forma correta. Perdas de materiais por acondicionamento impróprio são contabilizadas todo tempo, mas ainda sim permanecem frequentes.

Mantenha os materiais em depósitos livres das intempéries e da umidade. A preservação da integridade desses materiais possibilita inclusive que, caso não sejam utilizados, possam ser doados para obras comunitárias ou reaproveitados em outras obras sustentáveis.

Outro benefício é que um armazenamento organizado e bem planejado também auxilia no controle de estoque.

EPIs

Quando falamos de EPIs — Equipamentos de Proteção Individual — logo vem na mente a segurança no trabalho.

No entanto, este item também está diretamente ligado a sustentabilidade e saúde. Uma obra que está sendo certificada precisa documentar mensalmente todos os trabalhadores utilizando EPIs de acordo com a tarefa sendo executada.

O uso de EPIs muitas vezes é cobrado, mas não fiscalizado. Trabalhadores intencionalmente não se protegem ou construtoras intencionalmente não fornecem e fiscalizam todos os equipamentos exigidos.

Isso pode gerar problemas futuros de saúde para o trabalhador e uma batalha judicial desnecessária. O uso de EPI´s é importante para garantia de uma obra saudável e segura para todos.

A NR-18 estabelece diretrizes para o planejamento e organização de medidas de controle de segurança no campo da construção civil.

Consegue enxergar sua obra com outros olhos?

Podemos observar que para obtermos saúde e sustentabilidade na construção civil as etapas que precisamos cumprir são múltiplas e cada uma exige tempo e cuidados.

No entanto, obras sustentáveis também são obras mais saudáveis. Todos esses são grandes atrativos para um mercado que vem mudando e se renovando, para que possamos ter mais qualidade em todos os aspectos.

Esperamos que com esse artigo seu plano para um gerenciamento dentro da obra pode ser iniciado de forma  mais sustentável!

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