As ferramentas de medição de obras na construção civil são essenciais para garantir a funcionalidade da obra. Servem, ainda, para acompanhar o progresso do projeto, identificando falhas e corrigindo-as a tempo, evitando atrasos.
Além disso, asseguram a eficiência e segurança das obras, uma vez que registram dados quantitativos dos serviços realizados no canteiro. Outra funcionalidade das ferramentas de medição de obras na construção civil, é a observância do cronograma.
Ferramentas X Funcionalidade
A funcionalidade na construção civil se refere, entre outros, à disponibilidade de espaço para que o usuário possa fazer uso de sua residência confortavelmente. Ou seja, para que cômodos comportem adequadamente os móveis básicos específicos de cada ambiente. Isso sem comprometer a mobilidade do usuário para realizar suas tarefas cotidianas.
Vamos usar como exemplo um banheiro. É preciso que haja dimensão suficiente no ambiente para quem caibam as louças, como: pia, bacia e espaço do box. Porém, também é preciso assegurar que o usuário possa realizar as tarefas próprias do cômodo, como tomar banho.
Aliás, a relação de cada móvel que precisa ser acomodado de acordo com o ambiente, está disposta no anexo F da NBR 15575. Você pode conferir a tabela na íntegra acessando este post.
Neste sentido, as ferramentas de medição são extremamente úteis para avaliar se os espaços definidos no projeto estão sendo seguidos corretamente.
Medidas para garantir a funcionalidade nos ambientes
As dimensões que devem ser medidas por meio das ferramentas de medição para assegurar a funcionalidade dos cômodos nas edificações também estão dispostas na NBR 15575. Elas estão elencadas na Tabela 6 – Dimensões mínimas de mobiliário e circulação. Bem como na Tabela 7 – Continuação.
Além disso, é preciso seguir as medidas para banheiros, que deve ser de 2,20m. Já para os demais ambientes da unidade habitacional, respeitar o limite mínimo de 2,50m, segundo a legislação vigente.
As ferramentas de construção civil são elementos importantes para garantir a funcionalidade nas obras, mas não são as únicas: diversos outros fatores também são fundamentais neste contexto.
Para atender a cada um deles, é extremamente válido contar com um acompanhamento especializado. A UGreen oferece o suporte necessário para que sua edificação cumpra todos os requisitos da NBR 15575, incluindo a funcionalidade.
A segurança na utilização do imóvel é um tópico fundamental nos projetos de edificações residenciais. Isto não apenas para garantir a preservação da proteção do morador, mas também para oferecer condições mais seguras aos trabalhadores da obra.
Mais do que um cuidado com a vida e saúde dos usuários das edificações, a segurança na utilização do imóvel é um dever. Inclusive, o direito à vida, saúde e segurança está disposto em nossa Constituição Federal, no artigo 5º. Assim, negligenciar ou desrespeitar este direito significa ferir a lei.
Como as edificações são consideradas produtos disponibilizados à venda, devem acatar também o que dispõe o Código de Defesa do Consumidor. No contexto da segurança, a norma do artigo 6º, determina:
“São direitos básicos do consumidor:
I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos”
Portanto, garantir a segurança na utilização das edificações é uma forma de prevenir-se de sofrer encargos como indenizações, processos e sanções judiciais.
Segurança na utilização do imóvel segundo a NBR 15575
A NBR 15575 estabelece alguns parâmetros que devem ser observados no que se refere à segurança na utilização do imóvel. Inclusive, acatar as diretrizes desta norma também é uma obrigação, visto que ela possui força de lei desde 2013.
De acordo com a NBR 15575, no projeto e na execução de construções residenciais, devem ser previstas formas de minimizar riscos durante o uso das edificações. Como por exemplo:
Queda de pessoas em altura: telhados, áticos, lajes de cobertura e quaisquer partes elevadas na construção.
Acessos não controlados aos locais com riscos de quedas
Queda de pessoas devido à rupturas das proteções, as quais devem ser ensaiadas conforme a NBR 14718. Ou, pelo menos, devem possuir memorial de cálculo assinado por profissional responsável que comprove seu desempenho.
Queda de pessoas em função da regularidade em superfícies como pisos, rampas e escadas, conforme parte 3 da NBR 15575.
Ferimentos provocados por partes cortantes ou perfurantes resultantes da ruptura de subsistemas ou componentes.
Ferimentos ou contusões devido à:
Exposição causada por vazamentos ou de confinamento de gás combustível
Dessolidarização ou projeção de materiais, componentes ou equipamentos normalmente fixáveis em paredes
Dessolidarização ou projeção de materiais ou componentes a partir das coberturas e das fachadas, tanques de lavar, pias e lavatórios, com ou sem pedestal, e de componentes ou equipamentos normalmente fixável em paredes.
Coeficiente de atrito da camada de acabamento:especificar pisos e revestimentos que atendam ao coeficiente de atrito, de acordo com a NBR 13818 Anexo F.
Segurança na circulação: evitar que as edificações contenham desníveis abruptos, frestas e arestas contundentes.
Integridade do sistema de cobertura:especificar e detalhar sistema de cobertura que, sob ação do próprio peso ou das sobrecargas normais de uso, não deslizem. Garantir que sistemas com mantas não apresentem escorrimento nem delaminação.
Manutenção e operação:
Instalar guarda-corpos em coberturas acessíveis aos usuários
Indicar em projetos ancoragens, onde necessário
Assegurar a segurança no trabalho em sistemas de cobertura inclinadas
Garantir a possibilidade de caminhamento de pessoas sobre o sistema de cobertura
Asseverar o aterramento de sistema de coberturas metálicas
Risco de choques elétricos e queimaduras em sistemas de equipamento de aquecimento e em eletrodomésticos ou eletroeletrônicos:assegurar o aterramento das instalações, dos aparelhos aquecedores, dos eletrodomésticos e dos eletroeletrônicos. Observar a corrente de fuga em equipamentos e dispositivos de segurança em aquecedores elétricos.
Risco de explosão, queimaduras ou intoxicação por gás:orientar a verificação da existência dos dispositivos de alívio de sobrepressão e corte de alimentação no caso de sobreaquecimento na especificação dos equipamentos.
Permitir utilização segura aos usuários:prevenção de ferimentos e resistência mecânica de peças e aparelhos sanitários.
Temperatura de utilização da água: especificar que chuveiros, aquecedores e torneiras atinjam valores abaixo de 50ºC.
São inúmeros os critérios que precisam ser seguidos para garantir a segurança na utilização do imóvel. Aliás, são várias as normas de desempenho que devem ser observadas, além da NBR 15575. Neste sentido, pode ser fundamental contar com apoio especializado para atender a cada uma destas orientações. A UGreen oferece toda a consultoria e suporte necessários para a adequação a cada um destes tópicos.
↪︎ Uma boa ventilação natural garante uma maior saúde em nossos espaços?
A resposta é fácil: sim. Sabemos que o fluxo adequado de ventilação natural nos espaços é essencial para a saúde humana.
Porém, existe uma regra geral para edifícios em climas frios ou quentes de que, quanto mais ventilação, mais energia é necessária para condicionar adequadamente um ambiente.
Isso acontece porque a ventilação leva consigo parte da energia que foi utilizada para aquecer ou diminuir a temperatura de um espaço, necessitando de um maior uso para mantê-lo agradável.
Então quais são os desafios que precisamos combater para obtermos saúde e ao mesmo tempo um projeto energicamente eficiente?
A ventilação natural é uma maneira eficaz e energeticamente eficiente de resfriar e ventilar edifícios, mas muitas vezes é negligenciada em favor de métodos mais tradicionais, como o ar condicionado.
No entanto, os benefícios da ventilação natural são numerosos, incluindo melhor qualidade do ar interno, economia de custos e sustentabilidade.
Este artigo irá explorar os vários tipos de sistemas de ventilação, como eles funcionam, os benefícios da ventilação natural e como projetar e manter um sistema de ventilação.
Discutiremos também suas limitações e como pode ser combinada com a ventilação mecânica.
Se você está interessado em melhorar o ambiente interno de sua casa ou prédio, continue lendo para saber mais sobre os benefícios da ventilação natural.
Vamos lá?
Como funciona a ventilação natural?
A ventilação natural é um método de resfriamento e ventilação de edifícios usando os movimentos naturais do ar, em vez de sistemas mecânicos, como ar condicionado ou ventiladores.
Ele se baseia na diferença de temperatura e pressão entre o interior e o exterior de um edifício para criar um fluxo de ar, o que ajuda a remover o ar velho e quente e trazer ar fresco e fresco.
Existem várias maneiras de obter ventilação em um edifício. Um método padrão é através de janelas e portas, que podem ser abertas para permitir que o ar flua pelo edifício. Outra técnica é usar respiradouros ou outras aberturas nas paredes ou no teto, que permitem a entrada e saída de ar do prédio.
A eficácia da ventilação natural depende de vários fatores, incluindo o tamanho e a localização das aberturas, a direção e a velocidade do vento e a diferença de temperatura entre o interior e o exterior do edifício. Para maximizar a eficiência da ventilação, é essencial considerar cuidadosamente o projeto do edifício e a localização das aberturas.
Um dos principais benefícios da ventilação natural é que ela é energeticamente eficiente, pois não requer sistemas mecânicos para circular o ar. Também pode ajudar a melhorar a qualidade do ar interno, trazendo ar externo fresco e removendo o ar interno viciado.
No entanto, a ventilação natural nem sempre é suficiente para fornecer resfriamento e ventilação adequados em todas as situações. Em climas quentes e úmidos, por exemplo, a ventilação natural pode não ser suficiente para remover o excesso de umidade do ar, e sistemas mecânicos podem ser necessários para complementá-la.
No geral, a ventilação natural é uma maneira simples e eficaz de resfriar e ventilar edifícios e pode ajudar a reduzir os custos de energia e melhorar a qualidade do ar interno.
Ao considerar cuidadosamente o design e a localização das aberturas, é possível aproveitar os movimentos naturais do ar para criar um ambiente interno confortável e saudável.
Quais são os benefícios da ventilação natural?
São vários os benefícios da utilização da ventilação natural nos edifícios:
Eficiência energética: a ventilação não necessita de sistemas mecânicos para a circulação do ar, sendo uma opção energeticamente mais eficiente.
Economia de custos: por ser energeticamente eficiente, a ventilação pode ajudar a reduzir os custos de energia associados ao resfriamento e ventilação.
Melhor qualidade do ar interno: a ventilação traz ar externo fresco e remove o ar interno viciado, melhorando a qualidade geral do ar dentro do edifício.
Conforto: a ventilação pode ajudar a criar um ambiente interno mais confortável, fornecendo um fluxo constante de ar fresco e fresco.
Sustentabilidade: a ventilação é sustentável, pois não depende do uso de sistemas mecânicos intensivos em energia.
Durabilidade: os sistemas de ventilação não possuem partes móveis, portanto, são menos propensos a quebrar e exigir manutenção.
No geral, a ventilação natural é uma maneira simples e eficaz de resfriar e ventilar edifícios. Ele oferece vários benefícios em eficiência energética, economia de custos, qualidade do ar interno, conforto, sustentabilidade e durabilidade.
Qual a relação entre ventilação natural e saúde?
Existe uma forte relação entre ventilação natural e saúde, pois uma ventilação honesta pode contribuir para a saúde e o bem-estar geral dos ocupantes.
Aqui estão algumas maneiras pelas quais a ventilação natural pode afetar a saúde:
Melhor qualidade do ar interno: a ventilação traz ar externo fresco e remove o ar interno viciado, melhorando a qualidade geral do ar dentro do edifício. Isso pode ajudar a reduzir o risco de poluição do ar interno e os riscos à saúde associados, como problemas respiratórios e alergias.
Controle de temperatura: a ventilação pode ajudar a manter uma temperatura interna confortável, essencial para a saúde e o bem-estar dos ocupantes do edifício. Edifícios superaquecidos podem levar ao estresse térmico, que pode ter efeitos adversos à saúde, enquanto edifícios mal ventilados podem levar a ar úmido e estagnado, o que também pode ter consequências negativas para a saúde.
Saúde mental: a ventilação pode ajudar a criar um ambiente interno mais agradável e confortável, o que pode afetar positivamente a saúde mental. Um espaço bem ventilado pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar o bem-estar geral.
No geral, a ventilação natural é um aspecto essencial do projeto de construção saudável e pode contribuir para a saúde e o bem-estar geral dos ocupantes.
Ao considerar cuidadosamente o design e a localização das aberturas, é possível aproveitar os movimentos naturais do ar para criar um ambiente interno confortável e saudável.
Como posso melhorar a ventilação natural da minha casa?
Se você deseja melhorar a ventilação natural em sua casa, existem várias etapas que você pode seguir:
Abra janelas e portas: Uma das maneiras mais fáceis de melhorar a ventilação é simplesmente abrir janelas e portas para permitir que o ar fresco flua pela casa. Isso pode ser especialmente eficaz quando o ar externo está mais relaxado do que o interno.
Instale aberturas ou persianas: adicionar aberturas ou persianas às paredes ou telhado de sua casa pode ajudar a aumentar o fluxo de ar para dentro e para fora do edifício. Estes podem ser abertos ou fechados conforme necessário para controlar a quantidade de fluxo de ar.
Use toldos ou saliências: toldos ou saliências acima das janelas podem ajudar a sombrear o interior da casa, reduzindo a necessidade de resfriamento artificial. Eles também podem ajudar a aumentar o fluxo de ar, direcionando o vento para dentro do edifício.
Use uma torre eólica: Uma torre eólica é um eixo vertical projetado para capturar e direcionar o fluxo de ar para dentro de um edifício. Eles podem ser uma maneira eficaz de melhorar a ventilação natural em residências e outras instalações.
Instale um ventilador de teto: um ventilador de teto pode ajudar a circular o ar dentro de uma sala, melhorando a eficácia da ventilação natural.
Ao seguir essas etapas, você pode melhorar a ventilação natural em sua casa e criar um ambiente interno mais confortável e saudável.
É essencial considerar cuidadosamente o projeto e a colocação das aberturas para garantir que sejam eficazes na promoção do fluxo de ar.
Quais são os diferentes tipos de sistemas de ventilação natural?
Vários tipos diferentes de sistemas de ventilação natural podem ser usados para resfriar e ventilar edifícios:
Ventilação de janela: Esta é a forma mais básica de ventilação natural e envolve simplesmente abrir janelas para permitir que o ar flua através do edifício.
Ventilação de portas: como a ventilação de janelas, isso envolve a abertura de portas para permitir que o ar flua pelo edifício.
ventilação são poços verticais projetados para capturar e direcionar o fluxo de ar para dentro de um edifício. Eles podem ser uma maneira eficaz de melhorar a ventilação em residências e outras instalações.
Louvers: Louvers são ripas ajustáveis que controlam o fluxo de ar para dentro e para fora de um edifício. Eles podem ser abertos ou fechados conforme necessário para controlar a quantidade de fluxo de ar.
Toldos e saliências: são usados para sombrear o interior de um edifício e também podem ajudar a aumentar o fluxo de ar, direcionando o vento para dentro do edifício.
Ventiladores de teto: Embora não seja um sistema de ventilação tradicional, os ventiladores de teto podem ajudar a circular o ar dentro de uma sala, melhorando a eficácia da ventilação natural.
Em geral, muitos tipos diferentes de sistemas de ventilação natural podem ser usados para resfriar e ventilar edifícios, e a melhor opção dependerá das necessidades e características específicas do edifício.
A ventilação natural pode reduzir os custos de energia?
Um dos principais benefícios da ventilação natural é que ela é energeticamente eficiente, pois não requer sistemas mecânicos para circular o ar.uso da ventilação pode ajudar a reduzir os custos de energia de várias maneiras:
Redução do consumo de energia: como a ventilação natural não depende de sistemas mecânicos, ela consome menos energia do que outros métodos de resfriamento e ventilação.
Custos operacionais mais baixos: os sistemas de ventilação natural não possuem partes móveis, portanto, são menos propensos a quebrar e exigir manutenção. Isso pode ajudar a reduzir os custos operacionais ao longo do tempo.
Necessidade reduzida de ar condicionado: Em muitos casos, a ventilação natural pode fornecer refrigeração e ventilação suficientes, reduzindo a necessidade de ar condicionado. Isso pode ajudar a reduzir ainda mais os custos de energia.
No geral, a ventilação natural é uma maneira simples e eficaz de resfriar e ventilar edifícios e pode ajudar a reduzir os custos de energia e melhorar a qualidade do ar interno.
Ao considerar cuidadosamente o design e a localização das aberturas, é possível aproveitar os movimentos naturais do ar para criar um ambiente interno confortável e saudável.
Quais são as limitações da ventilação natural?
A ventilação natural é uma maneira simples e eficaz de resfriar e ventilar edifícios, mas nem sempre é suficiente para fornecer resfriamento e ventilação adequados em todas as situações. Aqui estão algumas limitações da ventilação natural:
Dependência do clima: a ventilação depende dos movimentos naturais do ar, que são influenciados pela temperatura. Em dias sem vento ou com alta umidade, a ventilação natural pode não ser suficiente para fornecer resfriamento e ventilação adequados.
Controle limitado: Com a ventilação, não é fácil controlar a quantidade de fluxo de ar e a temperatura do ar que entra. Isso pode dificultar a manutenção de uma temperatura interna consistente e levar a condições desconfortáveis.
Incapacidade de remover poluentes: a ventilação pode ajudar a melhorar a qualidade do ar interno, trazendo ar externo fresco, mas nem sempre é suficiente para remover contaminantes, como fumaça de tabaco ou vapores químicos.
Uso limitado em determinados climas: a ventilação pode não ser eficaz em ambientes específicos, como regiões quentes e úmidas onde o ar externo não é muito mais relaxado do que o interno. Nesses casos, ventilação mecânica ou ar condicionado podem ser necessários para fornecer resfriamento e ventilação adequados.
No geral, embora a ventilação natural seja uma maneira simples e eficaz de resfriar e ventilar edifícios, ela tem limitações e pode não ser adequada em todas as situações.
É essencial considerar cuidadosamente as necessidades e características específicas de uma edificação ao decidir se a ventilação natural é a melhor opção.
Como a ventilação natural afeta a qualidade do ar interno?
Um dos principais benefícios da ventilação natural é que ela pode ajudar a melhorar a qualidade do ar interno, trazendo ar externo fresco e removendo o ar interno viciado.
Isso pode ajudar a reduzir o risco de poluição do ar interno, que pode afetar negativamente a saúde dos ocupantes do edifício.
No entanto, a ventilação natural nem sempre é suficiente para remover todos os poluentes do ar. Nos casos em que o ar interior está fortemente contaminado, como num edifício com níveis elevados de fumo de tabaco ou vapores químicos, podem ser necessárias medidas adicionais para melhorar a qualidade do ar.
No geral, a ventilação natural é uma maneira simples e eficaz de melhorar a qualidade do ar interno, trazendo ar externo fresco e removendo o ar interno viciado.
Ao considerar cuidadosamente o design e a localização das aberturas, é possível aproveitar os movimentos naturais do ar para criar um ambiente interno confortável e saudável.
A ventilação natural pode ser usada em combinação com a ventilação mecânica?
Em alguns casos, a ventilação natural pode não fornecer resfriamento e ventilação adequados. Pode ser necessário usar ventilação mecânica e natural para atingir o nível desejado de fluxo de ar.
Isso geralmente ocorre em edifícios com altas taxas de ocupação ou em climas quentes e úmidos, onde a ventilação natural pode não ser suficiente para remover o excesso de umidade do ar.
Os sistemas de ventilação mecânica podem complementar a ventilação natural e fornecer um fluxo de ar fresco consistente para o edifício. Eles também podem ser usados para controlar a temperatura e a umidade do ar interno.
No geral, a ventilação natural e mecânica podem ser usadas juntas para criar um ambiente interno confortável e saudável nos edifícios.
Ao considerar cuidadosamente as necessidades e características específicas do edifício, é possível projetar um sistema de ventilação que aproveite os pontos fortes da ventilação natural e mecânica.
Ventilação natural: um problema difícil de ser tratado em algumas regiões
Um estudo realizado em Harvard indica que edifícios verdes oferecem uma maior taxa de renovação de ar e por consequência, um menor nível de CO2 nos espaços.
As funções cognitivas tornam-se superiores quando os níveis de CO2 são reduzidos. Os itens que mais se destacam estão:
Atividades de nível básico.
Resposta a crise.
Uso da Informação.
Atividades estratégicas.
Mesmo com este nível de consciência, muitos sistemas mecânicos falham em fornecer ar fresco com uma taxa de renovação do ar adequada para seus ocupantes.
Quais são os principais problemas encontrados?
Questão da Ventilação Natural #1: Descaso com a ventilação natural na fase de projeto.
Nós, como arquitetos, muitas vezes pensamos em nossas fachadas como um objeto contemplativo para fotos bonitas. Intensa utilização de vidro, pouco sombreamento e aberturas que não são projetadas para uma entrada e saída de ar efetiva pelos conceitos já conhecidos da ventilação cruzada e efeito chaminé.
É importante compreendermos este potencial, e a melhor forma de fazermos isto é observarmos o clima:
Quais são as direções que agem os ventos predominantes?
Quantas horas do ano podemos utilizar a ventilação natural em uma temperatura adequada?
Quais são as principais estratégias bioclimáticas indicadas?
Informações deste tipo podem ser encontradas facilmente no Brasil no site do Projeteee, e é certamente um bom lugar para começarmos.
A segunda questão é que a ventilação natural está extremamente ligada com a iluminação natural.
Portanto, podemos verificar desde os projetos conceituais se são possíveis plantas-tipo com orientação adequada e menor profundidade (máximo entre 7,5 – 8m). Desta forma podemos obter uma planta mais eficiente a nível de iluminação e ventilação.
Caso seja possível, o próximo passo é avaliarmos a viabilidade. Podemos utilizar ventilação natural, ventilação mecânica ou um modo misto?
Esta análise é extremamente importante e não podemos avaliá-la de modo pontual, apenas considerando o presente. Ambientes estão em constante transformação e podem afetar também nossos espaços. Alguns dos aspectos em destaque são:
Poluição
É um aspecto que pode prejudicar drasticamente uma estratégia de ventilação natural. Em certas regiões do mundo, como diversas cidades da China, simplesmente não podemos contar com ventilação natural dentro dos edifícios sem um sistema de filtragem.
A poluição pode ainda ser variável durante o dia tanto a nível de intensidade quanto de poluentes químicos predominantes, dificultando uma estratégia assertiva de ventilação natural para mitigar estes efeitos.
Pode ainda afetar mais certas orientações, como algumas vias de trânsito intenso, ou mesmo certas alturas. Tende a permanecer em alturas mais baixas, então edificações altas podem usufruir do benefício da ventilação natural sem ser tão afetada.
Uma questão social relevante é que a baixa qualidade do ar muitas vezes está ligada a regiões com baixo poder aquisitivo, pois tentem estar próximos a fábricas ou rodovias. Nestes casos, dificilmente podemos contar com a ventilação natural sem algum tipo de controle rigoroso ou um partido de projeto mais apurado.
Já para ambientes onde a poluição é amena, uma forma de diminuir este impacto é a utilização de paredes verdes, que funcionam como um sistema de filtragem natural dos poluentes.
Acústica
É claro que, abrindo nossas janelas, teremos interferências acústicas que podem afetar bastante os usuários dependendo de onde sua edificação esteja localizada.
Usuários de escritórios com plantas abertas sofrem ainda mais, por este motivo é recomendável seguir boas práticas para controle de reverberação e transmissão sonora dos espaços.
Mudanças climáticas
Outra questão de grande relevância. Um sistema de ventilação natural pode ser adequado hoje, mas pode não ser amanhã, de forma que as temperaturas tendem a ficar mais altas.
Resiliência Urbana
Outra questão muito importante: caso uma cidade sofra por falta de energia, edificações que possuam um sistema de ventilação natural continuam funcionando de maneira eficaz, ao contrário de edificações que confiam totalmente em sistemas mecânicos.
Questão da Ventilação Natural #2:Falta de previsibilidade
Outro problema da ventilação natural é que ela não é totalmente previsível.
Como analistas de edificações, sabemos que uma das questões mais difíceis de serem avaliadas em uma simulação são as questões de conforto térmico. Dependendo do clima ou do tipo de edificação – como aquelas com muito vidro, por exemplo – existe dificuldade em analisarmos com precisão se uma estratégia é efetiva pelos softwares atuais.
Somando estes fatores com a ventilação natural, que muda de intensidade, sentido e temperatura durante o dia e no decorrer do ano, esta análise torna-se ainda mais difícil de ser realizada com precisão.
Alguns profissionais podem até dizer que a ventilação natural não funciona para edifícios de escritórios, mas a verdade é que eles ainda não conseguem compreendê-la totalmente. É por este motivo que muitos preferem trabalhar em ambientes totalmente previsível e controlável pela ventilação mecânica.
Questão da Ventilação Natural #3: Estratégia Passiva ou Ativa?
Apesar de ser chamado de sistema passivo, a verdade é que uma fachada com ventilação natural acaba sendo uma envoltória ativa, afinal, atribui aos ocupantes da edificação o controle do seu conforto.
E se existe o controle humano, também existe o erro humano.
Sim, existem diversos pesadelos que ocupantes de uma edificação podem enfrentar por não haver um controle adequado nos sistemas da edificação.
Caso os usuários não saibam o que fazer enquanto os sistemas de automação são utilizados, por exemplo, pode haver um aumento desnecessário no consumo de energia.
Para combater estes problemas, uma estratégia eficiente e cada vez mais acessível são os sensores de ocupação com luzes que indicam quando os níveis de CO2 estejam baixos, alertando os usuários para a abertura das janelas.
Ainda assim, os ocupantes podem simplesmente esquecer de abrir a janela. Por este motivo, é imprescindível a educação dos usuários no controle dos seus espaços.
Questão da Ventilação Natural #4: Custo da ventilaão natural e mecânica
Muitos empresários não gostarão da ideia de pagarem por uma edificação ventilada mecanicamente em conjunto com um sistema de ventilação natural. Parecerá um custo desnecessário.
Até porque as cargas térmicas da edificação são dimensionadas conforme as piores horas – quando estará bastante quente/frio e não podemos confiar na ventilação natural – não gerando economia significativa no sistema de ar condicionado.
É por este motivo que muitos optam em apenas manter o ambiente controlado pela ventilação mecânica, com a vantagem de não ter que lidar com a poluição que a ventilação natural poderá trazer.
Os custos adicionais que uma edificação de uso misto terá são uma modelagem de CFD, controles como sensores de ocupação e atenuadores de vento, janelas operáveis e também um partido arquitetônico que usufrua deste sistema, com plantas de menor largura conforme dito anteriormente.
Mas existem grandes vantagens: menos equipamentos serão necessários caso a edificação possa usufruir de ventilação natural o ano todo. Haverá ainda uma sinergia com outros sistemas, como a iluminação natural e vistas de qualidade.
Outro fator que pode contribuir positivamente é o uso de economizadores, levando um pouco de ventilação natural em uma edificação ventilada mecanicamente. Podemos obter uma boa economia de energia quando a ventilação natural é utilizada de forma eficiente em conjunto com a mecânica.
Questão da Ventilação Natural #5: Calor e Umidade
É um conceito bastante simples: se possuímos 32oC em um ambiente externo, a ventilação natural irá levar 32oC para dentro da edificação. Por este motivo a ventilação natural será difícil de ser utilizada o ano todo em edificações.
Uma estratégia que pode ser adotada é resfriamento evaporativo, resfriando o ar pelo aumento da sua umidade. Porém, em climas climas quentes e já úmidos, como na amazonia, esta ação não se torna possível.
Outra possibilidade interessante é o uso de árvores ou mesmo de paredes verdes entre a edificação e os ventos predominantes. Estes elementos tendem a diminuir a temperatura do ar antes que este adentre a edificação.
Como projetar um sistema de ventilação natural?
Projetar um sistema de ventilação natural envolve considerar vários fatores, incluindo o tamanho e layout do espaço, o clima em que o edifício está localizado e o nível desejado de qualidade do ar interno.
Aqui estão algumas etapas que você pode seguir para projetar um sistema de ventilação natural:
Determine o tamanho e a disposição do espaço a ser ventilado: A ventilação natural depende do movimento do ar pela edificação, por isso é essencial considerar o tamanho da área e sua layout. Grandes espaços abertos, como armazéns ou fábricas, podem exigir aberturas de ventilação maiores do que espaços menores e mais fechados.
Considere o clima: O clima em que o edifício está localizado também afetará o projeto do sistema de ventilação natural. Pode ser necessário incorporar mais aberturas de ventilação em climas quentes para permitir um excelente fluxo de ar externo. Em temperaturas mais baixas, pode ser necessário incluir isolamento e outras medidas para evitar a perda de calor pelas aberturas de ventilação.
Determine o nível desejado de qualidade do ar interno: A ventilação natural visa melhorar a qualidade do ar interno, introduzindo ar externo fresco no espaço. Para determinar o nível adequado de ventilação, considere fatores como o número de ocupantes na área, o tipo de atividades realizadas e a presença de possíveis poluentes.
Escolha o tipo de sistema de ventilação: Existem vários sistemas de ventilação natural, incluindo ventilação acionada pelo vento, ventilação chaminé e ventilação cruzada natural. O método mais adequado dependerá do tamanho e layout do espaço, do clima e do nível desejado de qualidade do ar interno.
Projetar as aberturas de ventilação: O projeto dependerá do sistema de ventilação utilizado. Por exemplo, a ventilação impulsionada pelo vento pode exigir espaços maiores no lado de barlavento do edifício, enquanto a ventilação chaminé pode exigir portas mais altas no topo do edifício. É essencial considerar a direção do vento e a localização das aberturas para garantir um fluxo de ar adequado pela edificação.
Considere outros fatores: Existem vários outros fatores a serem considerados ao projetar um sistema de ventilação natural, incluindo o impacto na eficiência energética, o potencial de ruído ou correntes de ar e a necessidade de controles ou amortecedores para regular o fluxo de ar.
Ao considerar esses fatores e seguir essas etapas, você pode projetar um sistema de ventilação natural eficaz que melhore a qualidade do ar interno e ajude a manter seu edifício confortável e saudável.
Como faço para calcular a taxa de ventilação para ventilação natural?
Calcular a taxa de ventilação para ventilação natural é essencial para garantir que um edifício receba ar fresco suficiente para manter um ambiente interno saudável e confortável.
Vários fatores podem afetar a taxa de ventilação, incluindo o tamanho do edifício, o número de pessoas que ocupam o edifício e o nível de poluição do ar interno.
Para calcular a taxa de ventilação para ventilação natural, você precisará determinar o seguinte:
O volume do edifício: Este é o volume total de ar que precisa ser ventilado no edifício. Pode ser calculado multiplicando o comprimento, a largura e a altura do edifício.
A taxa de ventilação: Esta é a quantidade de ar fresco que precisa ser trazida para dentro do prédio por unidade de tempo. Geralmente é medido em pés cúbicos por minuto (cfm).
A taxa de ocupação é o número de pessoas que ocupam o edifício a qualquer momento. A taxa de ventilação precisará ser maior em instalações com taxas de ocupação mais altas.
Para calcular a taxa de ventilação, use a seguinte fórmula:
Taxa de ventilação (cfm) = (volume do edifício (pés cúbicos) / 60 minutos) / taxa de ocupação (pessoas)
Por exemplo, se o edifício tiver um volume de 10.000 pés cúbicos e uma ocupação taxa de ventilação de 50 pessoas, a taxa de ventilação seria:
Taxa de ventilação (cfm) = (10.000 pés cúbicos / 60 minutos) / 50 pessoas = 166,67 cfm
É importante observar que esta é apenas uma diretriz geral e a taxa de ventilação real pode precisam ser ajustados com base em fatores específicos, como o nível de poluição do ar interno, o clima e as necessidades dos ocupantes do edifício.
Conclusão sobre ventilação natural
Em conclusão, a ventilação natural é uma maneira simples e eficaz de resfriar e ventilar edifícios, e traz inúmeros benefícios, incluindo melhor qualidade do ar interno, economia de custos e sustentabilidade.
Embora não seja adequado para todas as situações, é uma consideração essencial para quem procura criar um ambiente interior saudável e energeticamente eficiente.
Se você estiver interessado em aprender mais sobre ventilação natural e outras técnicas de construção verde, considere consultar um especialista em construção verde ou se inscrever em um curso de construção verde.
A ventilação natural é essencial para a saúde dos seres humanos. Uma taxa superior de ventilação garante uma melhoria drástica nas funções cognitivas, porém, é necessário uma análise criteriosa para que os objetivos sejam atingidos com eficiência.
Portanto, simulações computacionais são imprescindíveis e devem ser encaradas como um processo natural do fluxo de projeto de arquitetos e consultores.
O guia completo da composteira: uma alternativa para o lixo orgânico
“Se os resíduos orgânicos descartados em um ano no Brasil fossem submetidos em processos de tratamento como uma composteira, as emissões reduzidas seriam o equivalente à retirada de sete milhões de automóveis das ruas”. – CBN
Muitos associam a reciclagem apenas a resíduos secos: papel, plástico, vidro e assim por diante.
Mas o lixo orgânico também possui um potencial enorme de ser reaproveitado. Nos aterros sanitários e lixões, ele produz gás metano, o que é muito prejudicial à natureza. Por esse motivo, iniciativas individuais de compostagem são uma alternativa à redução da poluição.
A compostagem é mais simples que a reciclagem e pode ser realizada dentro de casa.
Ter uma composteira doméstica permite que você obtenha adubo rico em nutrientes, além de contribuir com o meio ambiente.
Ficou com vontade de ter sua composteira, mas não sabe por onde começar?
Confira aqui neste artigo tudo o que você precisa saber para começar hoje mesmo a compostar seu lixo orgânico.
Você vai aprender:
Os benefícios de ter uma composteira
Como funciona a compostagem
Categorias de composteira: qual a mais adequada para você
O que pode jogar na composteira
O que fazer com o produto final da compostagem
Sabendo disso, você estará pronto para fazer a sua parte na redução da poluição e colaborar para um mundo mais sustentável!
1. Os benefícios de ter uma composteira
As vantagens da composteira vão muito além da questão ambiental, ela também traz ganhos econômicos e sociais.
Aqui estão listados os principais benefícios:
Pode reduzir pela metade o lixo gerado na sua casa, dependendo de seus hábitos alimentares.
Minimiza a emissão de poluentes tanto nos aterros sanitários, quanto no transporte de lixo.
Você terá adubo em casa de forma fácil e gratuita.
Reduz os custos da coleta de lixo da sua cidade.
Para empresas, é uma forma de se posicionar no mercado com uma atitude sustentável.
Tendo uma composteira em casa, você influencia seus amigos e vizinhos a fazerem o mesmo.
Você pode contribuir fornecendo adubo a produtores locais ou hortas comunitárias.
As vantagens são, inúmeras, não é mesmo?
Mas para atingir esses benefícios, é imprescindível saber como a compostagem funciona.
2. Como funciona a compostagem
O processo de compostagem é muito simples. Ele consiste na transformação de resíduos orgânicos em fertilizante.
O processo ocorre pela ação de microorganismos que se alimentam desses resíduos. Isso significa que nós não precisamos realizar esforço nenhum além de depositar nosso lixo em um recipiente e revolvê-lo periodicamente.
Para regular a umidade do composto, é necessário adicionar folhas secas ou serragem.
Existem dois tipos de processo de compostagem: com minhocas ou sem!
Vermicompostagem: conta com a ajuda de minhocas para decompor a matéria orgânica. Processo mais rápido.
Não se preocupe, ao contrário do que alguns podem pensar, as minhocas são animais higiênicos e que não transmitem doenças.
Compostagem seca: conta somente com a ação de microorganismos no composto. Processo mais demorado.
Qual método de compostagem eu devo escolher?
Você deve considerar o lugar onde você mora, seus hábitos alimentares e a sua comunidade.
3. Categorias de composteira: qual a mais adequada para você
Em comunidade/ no quintal:
Compostagem em leiras são feitas em áreas externas. São uma opção ideal se você mora em um condomínio ou em uma comunidade engajada com a compostagem. Também é possível fazer no quintal de casa.
Nesse processo, é cavado um buraco e os resíduos são colocados diretamente no chão. Para evitar a contaminação do lençol freático, é possível instalar um ducto de drenagem.
Por cima do composto deve ser colocada matéria seca, de forma a cobri-lo e evitar a presença excessiva de insetos. Ele deve ser revolvido periodicamente para oxigenação.
Se for inviável realizar o processo diretamente no chão, você pode adquirir contentores de plástico.
Contentor de plástico para compostagem. Fonte: Husqvarna
Dentro de casa:
Se você não dispõe de um espaço externo grande, não tem problema. Existem maneiras de compostar o lixo dentro de casa e sem mau cheiro.
Há diversas categorias de composteira no mercado, com diferentes tamanhos e preços. Mas se você não quer comprar, também pode fazer sozinho.
Composteiras de ambientes internos são geralmente constituídas de três caixas de plástico empilhadas. A caixa inferior possui uma torneira para a retirada do chorume e a caixa superior possui uma tampa.
Composteira doméstica HUMI.
Entre essas caixas deve haver furos para a filtragem do composto de cima para baixo. O ideal é que na caixa inferior chegue apenas o líquido, portanto os furos devem ser como uma peneira.
Se você quiser utilizar minhocas, coloque-as nas caixas superiores.
Junte os resíduos da cozinha em um recipiente, e quando ele estiver cheio, leve-o para a composteira. A cada nova camada de composto, adicione uma camada de matéria seca. Também é importante revolver o conteúdo para oxigenação, tomando cuidado para não machucar as minhocas.
Você deve estar se perguntando: “Mas será que eu posso jogar qualquer resíduo orgânico na composteira?”
A resposta é não. Existem alguns cuidados que devemos tomar para uma composteira saudável e sem odores.
4. O que pode jogar na composteira
Para garantir que a compostagem funcione, devemos tomar alguns cuidados.
Existem alimentos que aceleram a proliferação de bactérias e microorganismos desfavoráveis, ou alteram o PH.
Esses alimentos acabam atrapalhando o processo na totalidade.
Confira aqui o que você NÃO DEVE jogar na composteira:
Carnes
Alho e cebola
Frutas cítricas
Lacticínios
Fezes de animais domésticos
Plantas doentes (com fungos ou pragas)
Trigo
Alimentos cozidos em grande quantidade
Todos esses itens em grandes quantidades irão dificultar a compostagem. Alimentos cozidos, por exemplo, possuem sal e conservantes que geram umidade. Se eles forem colocados na composteira, insira materiais secos em maior quantidade.
Confira agora, o que PODE jogar na composteira:
Restos de alimentos crus, em geral
Cascas de ovo
Borra de café
Filtro de café
Podas
Alimentos cozidos em pequena quantidade.
Inserindo resíduos corretos você garante o sucesso da sua compostagem.
Como resultado, terá chorume e adubo de ótima qualidade na sua casa.
E agora, o que eu posso fazer com esse produto?
5. O que fazer com o produto final da compostagem
Se você não sabe dar um destino correto ao produto final, trouxemos algumas opções.
O chorume é um líquido que serve como fertilizante. Basta misturar 1 copo de chorume com 10 copos de água e utilizar esse líquido para regar suas plantas.
O composto sólido é a mistura seca da matéria orgânica depois da ação dos microorganismos. Ele se torna uma terra fértil e rica em nutrientes, perfeita para ser aproveitada como adubo.
Você pode colocar o adubo nas plantas da sua casa, vender ou doar a hortas comunitárias e produtores rurais de sua região.
Pessoas interessadas nesse material tão rico não irão faltar.
Pronto para iniciar sua composteira?
Agora você aprendeu como é fácil realizar a compostagem de forma individual e assim contribuir para tornar sua cidade mais sustentável!
Basta entender como funciona o processo, para então escolher qual a maneira mais adequada para o seu caso.
Tendo a sua composteira, é só prestar atenção no que pode ou não pode ser compostado, adquirir suas minhocas (ou não) e utilizar o chorume e adubo para deixar as suas plantas mais saudáveis ou colaborar com o cultivo de alimentos em sua região!
A inclusão da natureza no ambiente urbano contemporâneo tem sido cada vez mais reconhecida como uma boa prática em nossa sociedade.
Intervenções paisagísticas estão ganhando cada vez mais força e até mesmo protagonismo junto a grandes obras do cenário arquitetônico.
Felizmente, o uso de paredes verdes vem surgindo como proposta de qualidade de vida em nosso ambiente construído.
As paredes verdes, ou Green Walls, podem ser divididas em duas categorias:
Os Jardins Verticais, também conhecidos como Living Walls.
As Green Facades, popularmente conhecidas como Fachadas Verdes.
Um dos percursores do paisagismo vertical no Brasil foi o paisagista Roberto Burle Marx, que projetou um jardim vertical para o Edifício do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro junto a grandes nomes de arquitetura como Le Courbiser e Oscar Niemeyer.
Qual a importância de uma parede verde?
Apesar destas belezas serem fortemente atribuídas como elemento estético, podem contribuir muito quando adotadas como estratégias bioclimáticas.
Dentre os benefícios das paredes verdes estão:
A redução da carga térmica do ambiente.
A retenção de ruídos.
A umidificação e filtragem do ar, livrando os ambientes dos compostos orgânicos voláteis.
A medida que vão crescendo as certificações ambientais, torna-se cada vez mais necessário o uso de tecnologias que contribuam de forma efetiva em um bom desempenho dos edifícios.
Sabemos que a eficiência energética é um quesito muito importante para algumas destas certificações, como a LEED por exemplo.
Apesar de um telhado verde ser mais eficiente a nível energético e ambiental, as paredes verdes ainda sim podem ser ótimas aliadas. Então não podemos deixa-las de fora de nossos projetos, não é mesmo?
Assista a live sobre Paredes Verdes
Realizada por Sami Meira e Irina Kim Sang – Miami Vertical Garden – Miami, EUA
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Tipologias em Paredes Verdes
Para criar uma Parede Verde de forma correta torna-se necessárioconhecer algumas das tipologias e entender qual se encaixa melhor no programa proposto pelo seu projeto.
O Jardim Vertical é o termo empregado quando a vegetação é colocada em um sistema de fixação auxiliar, geralmente afastados da parede ou com um formato autoportante.
Pode ser realizado também com o uso de feltro, criando bolsas onde é adicionado o substrato, permitindo assim o desenvolvimento das plantas.
Já nas Fachadas Verdes, as plantas são inseridas sobre lajes ou no solo próximas à edificação, podendo estas serem, diretas ou indiretas.
As diretas possuem uma superfície geralmente em argamassa bruta e as indiretas com um sistema de tela, que tornam mais fácil o desenvolvimento de espécies trepadeiras.
Parede Verde. Cortesia de Vertical Garden Green Wall
Recomendações Essenciais Para Uma Parede Verde
É muito importante se atentar a carga adicional devido ao sistema de sua Parede Verde, a parede ou superfície de suporte deve ser capaz de resistir ao peso gerado pelo sistema, geralmente cerca de 20Kg saturados por m².
É necessário prever pontos de água e energia próximos da intervenção quando se pretender utilizar sistema de irrigação automatizado.
Quanto a estanqueidade, a superfície de suporte deve estar impermeabilizada para evitar o transpasse da umidade proveniente do sistema de irrigação ou até mesmo a própria vegetação.
Para evitar ao máximo qualquer problema com infiltrações, recomenda-se o uso de materiais impermeabilizantes de qualidade.
No Brasil não há uma norma que forneça parâmetros específicos para este tipo de intervenção, portanto orienta-se que para fins de manutenção seja consultada a NBR 15.575, onde podemos estabelecer alguns prazos de acordo os requisitos de desempenho.
Como manter uma Parede Verde?
Um dos grandes desafios em jardins verticais é a durabilidade da vegetação e a permanência da sua exuberância, escolha da vegetação e sistema de irrigação.
Para se obter maiores benefícios ambientais, o ideal é usar plantas de espécies nativas.
É ideal estabelecer critérios para escolha de espécies através das suas características:
Considerar a incidência de ventos e luminosidade;
Plantas de sol, meia sombra e sombra;
Ciclo de vida perene;
Atributos ornamentais: folhas, flores e frutos;
Forma de crescimento: semiereta, pendente, etc;
Altura e diâmetro da planta;
Necessidade de água e nutrientes.
Muito cuidado com a luminosidade do ambiente que receberá a Parede Verde. Locais onde a iluminação é totalmente artificial podem causar déficits na taxa de fotossíntese de muitas espécies, resultando em uma maior demanda na manutenção.
Conclusão
Empregar Paredes Verdes em seu projeto não proporciona só personalidade na decoração. Garantemmaior qualidade do ar e contribuem com a eficiência energética da edifício.
São poderosas agentes bioclimáticas, e por este motivo, conferem de forma inteligente respostas às necessidades ambientais.
Estratégias como essa, destacam a importância de se adotar premissas que contribuam com um ambiente sustentável, tornando-se uma ótima aliada no processo de certificação, promovendo o bem estar e melhorando a qualidade de vida.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.575 Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2013.
RODRIGUES, L. A. Técnicas e tecnologias para implementar paredes verdes externas em edifícios residenciais e comerciais na cidade de São Paulo. 2017. 148p.. Dissertação (Mestrado em Habitação – Tecnologia em Construção de Edifícios) – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. São Paulo, 2017.
Enquanto trabalhava ao lado do Filipe está semana, percebi que ele tinha a intenção de abordar o Desafio de 2030 durante seu novo webinario, Fachadas Sustentáveis.
Foi então que questionei…
Quantas pessoas que irão assistir esse webinário conhecem o desafio de 2030?
Considero o assunto importante, portanto resolvi gravar esse video para esclarecer para todos o que é o desafio de arquitetura 2030.
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Ed Mazria e seu grupo Architecture 2030 são os responsáveis por estabelecer as metas do desafio 2030. São metas evolutivas que foram estabelecidas entre 2010 e 2030 que foram lançadas para cidades, distritos e produtos da construção civil.
Assim sendo, o Desafio de 2030 estabelece medidas drásticas na redução de emissões de gases de efeito estufa e no uso de energia.
Hoje nossa meta encontra-se em 70%, mas nos próximos anos, serão de:
2020: 80%
2025: 90%
2030: Neutro – carbon neutral.
Os arquitetos pelo mundo toparam o desafio de 2030?
Hoje, 80% das TOP 10 firmas de arquitetura listadas estão dentro do desafio, e 65% das empresas TOP 20 do EUA também estão.
Inclusive adotam essa prática instituições americanas federais, o AIA e a ASHRAE, que tanto falamos em outros artigos. O Canadá é o segundo pais com mais instituições e governos que toparam o desafio.
Considerando que estes escritórios são os que justamente vem direcionando as tendências de arquitetura pelo mundo, obviamente que esta tendência chegará mais cedo ou mais tarde aqui no Brasil também.
Como crescer sua empresa com o desafio de arquitetura 2030?
De acordo com HOK, EDR (Eskew+Dumez+Ripple) e CTA (CTA Architects Engineers), as principais formas são:
Seja inovador.
Estabeleça suas metas para economia de energia já no início do projeto.
Simule cedo e sempre.
Encontre o balanço entre os custos de construção e operação.
Faça dos seus modelos de simulação verdadeiras apresentações de projeto, e mantenha-os acessíveis para todos.
Integre o desempenho ambiental ao seu processo de design. Ele não é a cereja do bolo, mas sim sua consistência.
Contrate pessoas com paixão pela sustentabilidade.
Quer saber mais?
Conheça nossos materiais em construções sustentáveis:
No universo construtivo existem diversos elementos arquitetônicos que, quando bem utilizados, podem tornar ambientes muito mais saudáveis através de estratégias bioclimáticas. Um deles é com certeza o brise soleil.
Mas como utilizá-lo?
Leia o artigo para aprender. Mas antes…
O que é um brise soleil?
Brise é elemento arquitetônico cujo nome é derivado do termo brise-soleil, termo francês que significa quebra-sol.
Foi criado com o intuito de filtrar os raios solares através de suas placas, solução encontrada para garantir a permeabilidade da luz natural sem que o os ambientes fiquem totalmente expostos ao sol.
Credita-se ao arquiteto Le Corbusier a sistematização do elemento, normalmente definido pela disposição de lâminas.
Na constituição do brise soleil, pode-se distribuir lâminas horizontais ou verticais. Podem ser fixas ou móveis, variando de acordo com a necessidade.
Brise Soleil e arquitetura sustentável
O brise é um recurso muito utilizado em táticas que buscam maior aproveitamento lumínico, filtrando ou até mesmo mascarando a luz natural.
Caracteriza-se este elemento como um agente de controle solar externo. Sendo também de suma importância na composição de fachadas ventiladas.
Quando aplicado corretamente, pode contribuir com o conforto térmico, permitindo a passagem do ar diminuindo a carga térmica do ambiente.
Logo, este elemento em seu projeto reduz gastos energéticos gerando eficiência na edificação.
O brise soleil é um recurso bastante utilizado em estratégias bioclimáticas. Confere distribuição luminosa, filtrando a penetração dos raios solares de acordo com a orientação em que é empregado.
Equilibra a distribuição de luminâncias no ambiente interno, controlando o ofuscamento causado pela iluminância excessiva dos raios solares.
Garantir um bom desempenho térmico e lumínico contribui bastante na aquisição da certificação LEED, sendo assim o brise soleil torna-se um ótimo aliado.
Como posso utilizar o brise soleil?
Popularizado pelo modernismo, foi empregado em diversas obras de grandes nomes da arquitetura moderna como Le Corbusier e Oscar Niemeyer.
Foi muito utilizado de forma fixa na própria fachada como no edifício Copan e no Palácio Capanema, obras em que Niemeyer pôde caracterizar a aparência da edificação por meio dos brises.
Para utiliza-lo de forma correta é necessário conhecer alguns princípios da geometria solar. Pois sua eficácia é adequada em resposta ao posicionamento e ângulo do sol.
O elemento se torna melhor empregado quando instalado no lado externo da fachada, pois garante o devido controle antes do contato com aberturas e paredes. Garantindo uma maior eficiência termodinâmica.
Qual o melhor brise? Vertical ou Horizontal?
Pensando na geometria solar, entendemos que o posicionamento do sol é diferente ao decorrer das horas e muda conforme as estações.
Portanto, é necessário compreender de que forma a radiação permeia pelas aberturas do edifício.
Para facilitar o entendimento, existem alguns estudos que recomendam o posicionamento dos brises de acordo como a orientação solar, sendo eles:
Verticais, em fachadas e aberturas que recebem os raios solares de forma ascendente e poente. Este tipo de insolação advém das orientação leste e oeste.
Horizontais, em fachadas e aberturas que recebem os raios solares em posição mais a pino, fenômeno que ocorre em boa parte do dia, sendo mais recomendado na orientação Norte.
Para fachadas e aberturas com orientação sul geralmente não é necessário a aplicação de brises soleil para fins de controle solar, pois recebem pouca insolação. Já em regiões próximas ao equador esta é uma estratégia que pode ser considerada, já que existe incidência de sol em algumas horas no verão.
A forma ideal para definir o tipo de brise soleil que deve-se empregar é, através da técnica de mascaramento. Através dela é possível compreender a incidência solar do ponto em que se pretende trabalhar, podendo assim combinar as tipologias e criar modelos mistos.
Exemplos
Os brises podem ser móveis ou fixos, dispostos em diversos planos de forma horizontal, vertical ou mista. São muito requisitados os modelos móveis, pela facilidade em se adequar às necessidades ajustando as lâminas de forma conveniente.
São diversos materiais e formatos, podendo utilizar como exemplo a madeira, o aço e o bambu.
Existem brises que são compostos por tramas de diversas fibras, fixados em uma armação que garanta sua forma de placa ou lâmina.
Ganha-se notoriedade vários edifícios que aplicaram brises na composição de suas fachadas, denotando também um apelo estético pelo elemento.
Sua empregabilidade garante plasticidade e textura, podendo trabalhá-lo com criatividade.
A relação com o clima
O brise soleil é um ótimo aliado de regiões com climas quentes, onde a insolação é intensa durante grande parte do ano.
Através do sombreamento, garante uma maior eficiência termodinâmica do ambiente, mantendo-o mais ameno e ventilado, contribuindo para a regulação térmica sem elevar o consumo de energia.
Logo, estes preciosos elementos da composição arquitetônica não são só para regiões ensolaradas. Mesmo em climas frios, são utilizados para filtrar a permeabilidade visual, garantindo a privacidade dos ocupantes da edificação.
Conclusão
Fazer uso de brises claramente não proporciona só personalidade em seu projeto, mas garante também uma melhor eficiência energética.
São poderosos agentes bioclimáticos e portanto, conferem de forma inteligente respostas às necessidades, trabalhando recursos naturais e gratuitos como a luz solar e a ventilação para garantir qualidade ao ambiente interno.
Elementos como este, destacam as vantagens de adotar premissas projetuais que possam contribuir com um ambiente autossustentável.
Acima de tudo, podemos considerar que o brise é um elemento fundamental em edifícios que sofrem com muita insolação. Coloca em prática agentes primordiais ao conforto ambiental e ao bem-estar humano.
Referências
Araújo, M. R.; Gonçalves, V.; Cabús, R. ANÁLISE DA LUZ NATURAL A PARTIR DE ELEMENTOS VAZADOS. IX Encontro Nacional e V Latino Americano de Conforto no Ambiente Construído, Ouro Preto, p. 96-102. 2007.
Brises: Conheça os principais modelos disponíveis no mercado. CONAZ. disponível em: <https://www.conazsolucoes.com.br> acesso em 30 de maio de 2018.
Marçal, V. G.; Soares, G. B. N.; Souza, H. A. ANÁLISE DE ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS XII Encontro Nacional e VIII Latino Americano de Conforto no Ambiente Construído, Brasília, p. 02-10. 2013.
Sorgato, M.J. DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS E UNIFAMILIARES VENTILADAS NATURALMENTE. Florianópolis, 2009.
Cada vez mais arquitetos buscam relacionar espaço e meio ambiente, na procura de atender exigências técnicas e proporcionar qualidade de vida para os ocupantes de uma edificação.
É neste contexto que entra o conforto térmico, onde o bem estar é proporcionado pelo equilíbrio humano em relação as interpéries.
Mas como compreender este fenômeno e utilizar os conceitos de forma assertiva em nossos espaços?
É o que você aprenderá neste artigo.
Mas primeiro, precisamos compreender…
A Relação do Conforto Térmico e Nosso Organismo
É importante dizer que o conforto térmico é um estado. Um organismo está termicamente confortável quando está em estado de equilíbrio com o meio que o envolve.
Caso a temperatura não esteja adequada, o corpo apela para à termorregulação para estabilizar a temperatura corporal.
Portanto, um indivíduo experimenta a sensação de conforto térmico quando seu corpo não necessita recorrer a nenhum mecanismo de termorregulação.
Assegurar o conforto térmico em nossos ambientes seria fácil caso fossemos todos iguais…mas como você sabe, não somos.
Possuímos metabolismos diferentes, utilizamos roupas variadas e até mesmo passamos por estados mentais distintos durante horas do dia. Por estes motivos o conforto térmico não pode ser definido com exatidão, sendo necessário o encontro de um denominador comum.
Conforto x Performance Humana
Falando de forma mais prática, qualquer um que tenha tentado trabalhar quando está muito quente ou frio sabe o quanto o conforto térmico afeta nossa produtividade.
Estudos importantes, como o da REHVA Scientific, demonstram que, quanto maior o nível de desconforto em nossos ambientes, menos iremos produzir.
Já parou para pensar que existem empresas que podem estar sendo afetadas em 30% da sua produtividade em determinados dias do ano?
Por desconhecer os malefícios que temperaturas inadequadas podem infringir aos seus funcionários muitas empresas jogam dinheiro no lixo diariamente.
É justamente aqui que encontra-se uma grande oportunidade de atuação para arquitetos ou consultores: na elaboração de projetos de maior conforto térmico, garantindo um bem estar dos ocupantes de edificações.
Mas como atuar?
Estratégias Arquitetônicas
Para proporcionar conforto térmico em uma edificação é necessário fazer uso dos estudos da geometria solar, do fluxo dos ventos e dos dados climáticos da região.
Adequar a arquitetura e seus elementos de acordo com os estudos aplicados, estabelecer posicionamento dos ambientes, elementos de fachadas, e matérias que permitem a troca gasosa e térmica dos ambientes são algumas das estratégias.
Dentre os elementos que podemos utilizar, existem alguns bem conhecidos pela arquitetura brasileira como os brises, cobogós e venezianas.
Outros ótimos materiais para se trabalhar são o tijolo de adobe e a madeira, ou mesmo a adoção de técnicas bioarquitetônicas, como a Taipa de Pilão.
A ASHRAE 55 – Conforto Térmico Ambiental para Ocupação Humana
Para obtermos um critério de Conforto Térmico em edificações existem algumas normas que foram desenvolvidas. A mais famosa é a ASHRAE 55, definida pela Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (ASHRAE).
A primeira publicação ocorreu em 1966, delineando condições aceitáveis de conforto térmico em ambientes internos. É atualizada de tempos em tempos, e a última atualização ocorreu em 2017.
Como é o critério de análise?
O PMV (Voto Médio Estimado)
Para o desenvolvimento de uma simulação de conforto térmico, a norma determina o uso do PMV (Predicted Mean Vote, ou Voto Médio Estimado).
Considera-se o valor médio de um grupo de pessoas em um determinado ambiente para a determinação do fator de conforto térmico, levando em consideração uma escala de 7 sensações térmicas. Ela vai de -3 a +3, sendo:
O objetivo de uma simulação de conforto é manter os ambientes internos dentro do nível de conforto entre -0.5 e +0.5.
Isso quer dizer que a sensação térmica não pode ultrapassar “metade” da sensação de “ligeiramente frio” ou “ligeiramente calor” para aproximadamente 9% dos ocupantes da edificação em 98% dos horários em que esta estiver ocupada.
O gráfico abaixo ilustra esta situação, sendo o azul o parâmetro de conforto.
Critérios de Análise
Quais critérios são levados em conta em uma simulação de conforto térmico? Entre eles estão:
Temperatura de bulbo seco
Temperatura radiante média
Umidade relativa
Velocidade do ar
Valor da roupa de cada pessoa
Taxa metabólica de cada pessoa
Os primeiros parâmetros são determinados pelo software de simulação — como por exemplo o EnergyPlus — utilizando os arquivos climáticos de uma região.
Já o valor da roupa é calculado dinamicamente, utilizando a fórmula da ASHRAE baseada na temperatura do ar externo às 6h em todos os dias do ano, conforme vemos abaixo.
Projetos Mais Consistentes pelo Conforto Térmico
Empregar diretrizes de conforto térmico pode contribuir muito para a saúde dos indivíduos e a salubridade dos ambientes.
Sob a ótica da saúde, um ambiente termicamente confortável previne doenças respiratórias, dermatológicas e cognitivas.
Através dos recursos arquitetônicos utilizados para a termorregulação do ambiente pode-se obter uma maior qualidade do ar e temperaturas que evitam na proliferação de fungos.
Vários estudos comprovam a importância de um ambiente termicamente confortável para o desempenho cognitivo, contribuindo para a aprendizagem em ambientes escolares e produção em ambientes profissionais. É também muito importante no ambiente hospitalar, solidarizando no quadro de melhora dos pacientes internados.
O conforto térmico é uma atribuição incrível para um projeto, pois pode ser proporcionado por meio da radiação solar e das correntes de ar, que são fontes gratuitas, naturais e renováveis. Comprova o compromisso dos arquitetos com projetos eficientes, garantindo satisfação e bem estar a seus clientes.
Você está disposto a começar?
Referências
Batiz, E. C.; Goedert, J.; Morsch, J. J.; Kasmirski-Jr, P.; Venske, R. AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO NO APRENDIZADO: Estudo de Caso Sobre Influência na Atenção e Memória. Produção, v. 19, n. 3, set./dez. 2009, p. 477-488
Frota, A. B.; Schiffer, S. R. MANUAL DO CONFORTO TÉRMICO. São Paulo: Ed.Studio Nobel, 2003.
Sorgato, M.J. DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS E UNIFAMILIARES VENTILADAS NATURALMENTE. Florianópolis, 2009.
No mundo da arquitetura existem diversos elementos construtivos que, quando bem utilizados, podem tornar ambientes muito mais belos, confortáveis e funcionais. Um deles é certamente o Cobogó.
Mas o que é um cobogó e o que é possível ser feito com ele?
Leia o artigo para aprender. Mas antes…
Os Cobogós na História
O Cobogó é um elemento construtivo brasileiro, criado na década de 1920. Seu nome é batizado com as primeiras sílabas dos sobrenomes de seus criadores, Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góis.
Foi criado em Recife, com o intuito de manter a ventilação natural através dos planos de parede – uma solução encontrada para auxiliar na termo regulação dos ambientes perante o calor Nordestino.
Em alguns lugares do Nordeste Brasileiro o nome cobogó sofreu variações interessantes. Alguns exemplos são comogó, comogol, comungó, combobó e combogó.
Sua criação baseou-se nos Muxarabis, elementos arquitetônicos oriundos da arquitetura árabe, que permitem a ventilação e preservam a privacidade familiar.
Constitui-se em um elemento vazado, criado primeiramente em concreto e que teve sua difusão em diversos materiais como cerâmica, cimento, vidro, acrílico, PVC, resina e madeira.
Porque o cobogó é importante
Usar cobogós é um recurso muito utilizado em estratégias que conferem maior eficiência bioclimática. A função principal é dividir ambientes e permitirem a entrada da luz natural e ventilação. A beleza do elemento é inegável nas áreas externas.
Seu uso proporciona a racionalização da construção, elencando ventilação, iluminação e controle solar como agentes de qualidade e conforto ambiental.
Empregando-o de forma adequada nos ambientes, eleva o índice de qualidade do ar através da troca constante. É recomendável para criar ambientes salubres e reduz gastos energéticos, com redução no uso da climatização artificial.
Quanto à iluminação, o uso de cobogós torna-se um ótimo dispositivo, protegendo a edificação contra a incidência direta dos raios solares, os direcionando e redistribuindo pelo ambiente.
A escolha deste elemento contribui com a uniformidade luminosa de acordo com a orientação solar em que é empregada, equilibrando a distribuição de luminâncias em superfícies internas.
Como utilizar um Cobogó?
Um cobogó pode ser utilizado em praticamente qualquer tipo de construção, seja residencial, comercial e até mesmo industrial.
Popularizado pelo modernismo nas décadas de 1950 e 1960, foi empregado em várias obras de grandes nomes da arquitetura moderna como o arquiteto Lúcio Costa. Inicialmente utilizados na composição de divisões internas e posteriormente na composição de fachadas ventiladas.
Existem diversas formas criativas para se utilizar um cobogó. O mais usual é na divisão de ambientes externos e internos, mas outras possibilidades podem ser utilizadas. A separação de ambientes internos é uma destas formas, ou mesmo a divisão entre mesmos ambientes, gerando áreas mais íntimas por meio do bloqueio visual.
O custo de uma peça de cobogó é bastante variável. Podemos encontrar modelos mais simples de até R$1,50 no valor unitário chegando até R$90,00 nos modelos com um design diferenciado e maior qualidade de acabamento. Os tamanhos também variam, partindo as 19x19cm chegando até 40x40cm.
Em relação ao acabamento, podemos encontrar desde modelos rústicos em cerâmica crua, até peças esmaltadas ou acetinadas. Destaque para os Ecoblocos, que podem ser encontrados na faixa de R$17 e que possuem em seu processo de fabricação menos emissões. Para saber mais sobre o processo de fabricação ecológica de blocos ecológicos, leia este artigo.
É necessário um cálculo minucioso quando aplicado em planos com altura superior a 3 metros. Uma parede de cobogó não deve substituir qualquer parede de alvenaria, pois não é indicado em caso de grandes cargas de compressão.
Normas Técnicas Relacionadas à Cobogós
NBR 05712, que trata de blocos vazados modulares de concreto.
NBR 07173, que orienta no uso de blocos de concreto simples sem função estrutural.
NBR 07184, que fornece parâmetros para determinar a resistência e compressão.
O sucesso do cobogó também depende da orientação solar e das correntes de ar. Para orientar o desempenho térmico e a iluminância dos ambientes, contamos com as normas:
NBR 15220, que fornece instruções para análises térmicas em fachadas ventiladas
NBR 8995, que informa níveis mínimos de iluminação de acordo com a atividade e função do ambiente.
Grandes Exemplos de Cobogó
Casa Cobogó, por Márcio Kogan
Residência Los Algarrobos / MasFernandez Arquitectos + Claudio Tapia
Em meio aos cheios e vazios, entre paginação e composição, uma parede de cobogós concebe formas e gera plasticidade. Além da diversidade dos materiais é imensa a variedade de cores e formas, sendo possível brincar com a criatividade empregando personalidade em seu projeto.
Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), por Oscar Niemeyer:
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A Relação do Cobogó com o Clima
Como cobogós são elementos de controle solar, age filtrando a incidência da radiação e correntes de ar. Entendendo isso, deve-se atentar para a região e o clima onde se pretende trabalhar com esses elementos.
Pode ser utilizado como uma excelente estratégia bioclimática para regiões com climas equatoriais, tropicais e subtropicais. É muito útil na resolução de problemas termo-higroscópicos.
Em climas frios, onde se admite a insolação, ou secos, onde a qualidade do ar é imprópria, não se recomenda a aplicação em fachadas, pois considerando os condicionantes, o cobogó pode tornar-se um adversário.
Deve-se tomar cuidado com a aplicação de cobogós de formas duvidosas e principalmente cobogós em vidro. Apesar de parecerem interessantes à primeira vista, podem não cumprir seu papel de gerar ventilação e ao mesmo tempo sombreamento. Logo, pode gerar mais iluminação do que o necessário, comprometendo o conforto lumínico e até mesmo térmico da edificação.
Alguns Usos Para o Cobogó
Os cobogós podem ser utilizados para praticamente qualquer tipo de superfície. Porém, estas são as aplicações mais comuns:
Fachadas: É o modo de uso mais tradicional. Se implementado da forma certa, é obtido o misto de ventilação natural e iluminação no ambiente.
Hall de Entrada em Casas ou Escritórios: permite transparência e uma boa transição visual do ambiente público para o privado.
Muros: é aplicável em perímetros menos extensos em regiões mais tranquilas, gerando um visual diferenciado.
Banheiros: geralmente aplicável em box de banheiros. Porém, deve se tomar cuidado para não ocasionar vazamentos para o piso do banheiro.
Cozinhas: geralmente utilizadas em bancadas ou transições entre espaços.
Quartos: permite a transição entre uma áreas mais íntimas. Abaixo um exemplo aplicado pela arquiteta Flávia Kloss de Curitiba:
Cuidados Com o Cobogó
Projetar com cobogós requerem cuidados bastante especiais. Veja alguns abaixo:
Certos modelos de cobogó podem acumular poeira e até mesmo mofo. Portanto, realize limpezas periódicas tanto internamente quanto na parte externa.
Em climas frios, o cuidado com o uso do elemento deve ser maior. É provável que o elemento não obtenha o resultado esperado nestes climas.
Como os cobogós reduzem a luminosidade, o posicionamento correto é crucial. Em alguns casos podemos optar por vazios maiores, mantendo o conceito e aumentando a taxa de iluminação.
No caso do uso de cobogós para proteger equipamentos, é necessário deixar espaços para o acesso a manutenção.
No caso de uma reutilização, é necessário a remoção com extremo cuidado. Muitas peças são frágeis e podem sofrer ruptura quando desconectadas da argamassa.
Cobogó: Um Triunfo da Arquitetura Sustentável
Entendemos que o cobogó é um grande triunfo das edificações sustentáveis e da arquitetura brasileira. É um ótimo aliado nas regiões quentes com presença de umidade e fortalece inclusive o design de interiores.
Compreendemos que quando bem empregado, torna-se um avanço nas estratégias bioclimáticas. Sua participação em um projeto é a prova do uso racional nas tecnologias construtivas.
Emprega beleza, plasticidade e controle de recursos naturais, distribuindo luz do sol e permitindo a circulação do ar.
Sua competência é comprovada por grandes nomes da arquitetura, capaz de garantir sucesso na qualidade espacial e no conforto ambiental. É um fenômeno arquitetônico tipicamente brasileiro.
Referências
Araújo, M. R.; Gonçalves, V.; Cabús, R. ANÁLISE DA LUZ NATURAL A PARTIR DE ELEMENTOS VAZADOS. IX Encontro Nacional e V Latino Americano de Conforto no Ambiente Construído, Ouro Preto, p. 96-102. 2007.
Marçal, V. G.; Soares, G. B. N.; Souza, H. A. ANÁLISE DE ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS: Cobogós e Fachadas Ventiladas. XII Encontro Nacional e VIII Latino Americano de Conforto no Ambiente Construído, Brasília, p. 02-10. 2013.
A Ergonomia é um ramo da ciência que busca compreender as habilidades e limitações humanas, para depois aplicá-las na melhoria da interação das pessoas com produtos, sistemas e ambientes.
A maioria das pessoas que escuta falar sobre ergonomia considera que é algo a ver com assentos de cadeiras ou a altura de sua mesa de trabalho, mas existe muito mais por trás!
Vamos descobrir?
Por que a ergonomia é importante?
A ergonomia aplica-se ao design de qualquer coisa que envolva pessoas: espaços de trabalho, esportes e lazer, saúde e segurança. Considerando a maior mobilidade de trabalho conquistada nos últimos anos e espaços cada vez mais dinâmicos, a ergonomia torna-se uma ferramenta imprescindível na arquitetura de interiores.
A intenção é criar espaços de trabalho seguros, confortáveis e produtivos, integrando habilidades e limitações humanas no design de um espaço de trabalho, incluindo o tamanho do corpo, força, habilidade, velocidade, habilidades sensoriais (visão, audição) e até atitudes.
Não é segredo que lesões relacionadas à ergonomia podem afetar funcionários em todos os setores, independentemente do ambiente de trabalho. Inclusive, essa é a forma de lesão que mais prevalece, representando 1/3 de todos os casos de ferimentos e doenças de trabalhadores. A dor lombar é o problema mais frequente no mundo todo, afetando funcionários em todos os setores da economia.
Como resultado, é fundamental que as empresas invistam em medidas adequadas que protejam seus ativos mais valiosos: seus funcionários. Várias começam a compreender que não é apenas algo certo a se fazer, mas é algo bom também para os negócios: funcionários saudáveis possuem uma força de trabalho mais produtiva, tornam o ambiente de trabalho mais colaborativo, além de reduzir custos por faltas.
Sintomas da Falta de Ergonomia
Os sintomas principais incluem:
Dor nos dedos, mãos, antebraços, pescoço, lombar ou ombros.
Fraqueza geral nas mãos e / ou antebraços.
Formigamento, dormência ou perda de sensibilidade nas mãos ou nos braços.
Dificuldade em abrir e fechar as mãos ou maior dificuldade de manipulação dos objetos.
Caso você, um colega ou cliente possua algum destes sintomas, verifique estes espaços e os reajuste. Crie estratégias para reduzir a quantidade de tempo da atividade agravante. Se esses problemas continuarem ou piorarem, é importante entrar em contato um médico para uma avaliação.
Como funciona a ergonomia?
Para alcançar as melhores práticas no design de interiores, arquitetos e decoradores podem utilizar técnicas de várias disciplinas:
Antropometria: tamanhos corporais, formas, populações e variações.
Biomecânica: músculos, alavancas, forças e força.
Física ambiental: ruído, luz, calor, frio, radiação, sistemas corporais de vibração: audição, visão e sensações.
Psicologia aplicada: habilidade, aprendizado, erros e diferenças.
Psicologia social: grupos, comunicação, aprendizagem e comportamentos.
Estratégias para um Design Ergonômico
Para obtermos um design ergonômico em nosso espaços de trabalho, precisamos nos atentar aos seguintes aspectos (extraído da certificação WELL):
Ergonomia Visual
Todas as telas de computador, incluindo laptops, devem ser ajustáveis em altura e distância do usuário.
Flexibilidade na altura da mesa
Pelo menos 30% das estações de trabalho devem possuir a capacidade de alternar entre as posições “sentado e em pé”, por meio das seguintes combinações:
Mesas de apoio de altura ajustável.
Suportes de ajuste para a altura de mesas.
Pares de mesas de alturas fixas, de pé e sentadas — não precisando ser localizadas adjacentes.
Flexibilidade do Assento
O mobiliário dos ocupantes deve ser ajustável das seguintes formas:
Procurar mobiliários cuja a capacidade de ajuste de altura da cadeira de estação de trabalho estejam em conformidade com a HFES 100 ou a BIFMA G1.
Procurar mobiliários cujo ajuste de profundidade do assento da estação de trabalho também estejam compatíveis com as diretrizes acima.
Suporte Permanente
As estações de trabalho em que os ocupantes são obrigados a permanecer por longos períodos de tempo devem incluir os seguintes serviços:
Pelo menos 10 cm de espaço na base da estação de trabalho para permitir uma redução das necessidades de alcance para os ocupantes.
Um descanso para os pés para permitir que os ocupantes alternem os pés quando estão em repouso.
Esteiras ou almofadas anti-fadiga.
Ergonomia e Acessibilidade
A Ergonomia possui uma conexão muito forte com a Acessibilidade. O motivo é simples: em diversos países do mundo o número de pessoas idosas começam a ocupar uma grande parte da população.
Com isso, os equipamentos, serviços e sistemas também precisam ser projetados para acomodar as crescentes necessidades do envelhecimento populacional: transportes públicos, instalações prediais e espaços de convivência.
A NBR9050 já apresenta estratégias essenciais ligadas a acessibilidade e que não podem ser ignoradas em projetos arquitetônicos, mas o que percebemos é que arquitetos de interiores muitas vezes pecam nestes aspectos.
Não podemos pensar em ergonomia apenas sobre espaços de trabalho. Precisamos também de aplicações práticas no design residencial. O design de interiores, quando possui um conceito ergonômico e acessível, produz espaços mais fáceis de se viver e que proporcionam mais alegria.
Molly Story, Ronald Mace e James Mueller publicaram um artigo em 1998 que se tornou bastante famoso, chamado “O Arquivo Universal de Design: Projetando para Pessoas de Todas as Idades e Habilidades”, em que descrevem os sete princípios fundamentais do que veio a ser conhecido como “Design Inclusivo”.
Os conceitos fundamentais são imprescindíveis para todos os arquitetos ou designers de interiores:
Princípio 1: Design Igualitário
O design da edificação deve propor a utilização igualitário por todos.
Idealmente, os meios pelos quais as pessoas usam uma edificação devem ser os mesmos, sem segmentação. Equivalentes em termos de privacidade, segurança e conveniência. A edificação nunca deve empregar meios que isolem ou estigmatizem qualquer grupo de usuários, ou privilegiem um grupo em detrimento de outro.
Princípio 2: Flexibilidade no Uso
O projeto deve permitir que as pessoas utilize o design em mais de uma maneira.
Um exemplo é uma bancada que permite o uso tanto sentado quanto de pé. Outro é a facilidade de uso tanto por pessoas destras quanto canhotas.
O projeto deve possuir uma flexibilidade incorporada, para que seja utilizável mesmo que de maneira não convencional ou imprevista.
Princípio 3: Design Simples e Intuitivo
A edificação deve facilitar a compreensão da finalidade de cada recurso de design e como utilizá-lo. Um exemplo são torneiras de lavatórios, que devem ter seu método de operação facilitado.
Seus meios de uso devem ser intuitivamente óbvios para que funcionem como previsto e, portanto, possam ser usados espontaneamente.
Princípio 4: Informação Perceptível
A edificação deve fornecer todas as informações essenciais em uma variedade de modos (escrito, simbólico, tátil, verbal), garantindo uma comunicação eficaz com todos os usuários, independentemente de suas habilidades sensoriais.
As informações fornecidas devem ser apresentadas com contraste suficiente às condições do entorno, de modo que sejam distinguíveis de seu contexto e decifráveis em todos os seus vários modos de apresentação.
Princípio 5: Tolerância ao erro
O ideal é que o projeto do edificação elimine, isole ou proteja quaisquer recursos de projeto que possam ser perigosos ou inconvenientes para qualquer usuário.
Quando condições potencialmente perigosas são inevitáveis, os usuários devem receber avisos à medida que se aproximam do elemento. Um exemplo são avisos de proximidade perto do topo das escadas.
O design da edificação também deve antecipar ações acidentais ou não intencionais de qualquer usuário. Minimizar o inconveniente e / ou proteger o usuário de danos.
Princípio 6: Baixo Esforço Físico
O projeto da edificação deve empregar recursos de design que exijam pouca ou nenhuma força física para usá-los. Um exemplo exemplo é a substituição de uma maçaneta tradicional por uma alavanca que não exija a capacidade de agarrar e girar o pulso.
Se for necessário um baixo nível de força, qualquer usuário deve ser capaz de ativar o recurso sem assumir uma posição corporal desajeitada ou perigosa. Um exemplo é fornecer uma superfície de deslocamento suave com inclinação mínima ao longo do trajeto de percurso que leva à entrada.
Princípio 7: Tamanho e Espaço de Aproximação e Uso
As características do projeto de uma edificação devem fornecer uma quantidade adequada de espaço que seja adequadamente disposta para permitir que qualquer pessoa as use. Um exemplo é fornecer espaço para os joelhos sob um lavatório para permitir o uso por alguém na posição sentada.
Além disso, o espaço precisa ser organizado para fornecer um caminho claro de viagem e de recursos importantes para todos os usuários.
Conclusão
É importante compreender que, a medida que as tecnologias mudam, é necessário garantir que as ferramentas que acessamos para o trabalho, o descanso e o entretenimento sejam projetadas para os novos requisitos do nosso corpo.
Não é difícil ver como os espaços de vida que se esforçam para incorporar essas qualidades não serão apenas mais fáceis de usar, mas provavelmente aumentariam a produtividade doméstica.
É importante que todos os arquitetos e designers de interiores se atentem a essas estratégias para promover espaços mais produtivos, felizes, e principalmente, igualitários.
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