Estratégias Para um Design de Interiores Sustentável – Parte 7: Ergonomia

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A Ergonomia é um ramo da ciência que busca compreender as habilidades e limitações humanas, para depois aplicá-las na melhoria da interação das pessoas com produtos, sistemas e ambientes.

A maioria das pessoas que escuta falar sobre ergonomia considera que é algo a ver com assentos de cadeiras ou a altura de sua mesa de trabalho, mas existe muito mais por trás!

Vamos descobrir?

Por que a ergonomia é importante?

A ergonomia aplica-se ao design de qualquer coisa que envolva pessoas: espaços de trabalho, esportes e lazer, saúde e segurança. Considerando a maior mobilidade de trabalho conquistada nos últimos anos e espaços cada vez mais dinâmicos, a ergonomia torna-se uma ferramenta imprescindível na arquitetura de interiores.

A intenção é criar espaços de trabalho seguros, confortáveis e produtivos, integrando habilidades e limitações humanas no design de um espaço de trabalho, incluindo o tamanho do corpo, força, habilidade, velocidade, habilidades sensoriais (visão, audição) e até atitudes.

Não é segredo que lesões relacionadas à ergonomia podem afetar funcionários em todos os setores, independentemente do ambiente de trabalho. Inclusive, essa é a forma de lesão que mais prevalece, representando 1/3 de todos os casos de ferimentos e doenças de trabalhadores. A dor lombar é o problema mais frequente no mundo todo, afetando funcionários em todos os setores da economia.

Como resultado, é fundamental que as empresas invistam em medidas adequadas que protejam seus ativos mais valiosos: seus funcionários. Várias começam a compreender que não é apenas algo certo a se fazer, mas é algo bom também para os negócios: funcionários saudáveis possuem uma força de trabalho mais produtiva, tornam o ambiente de trabalho mais colaborativo, além de reduzir custos por faltas.

Sintomas da Falta de Ergonomia

Os sintomas principais incluem:

  • Dor nos dedos, mãos, antebraços, pescoço, lombar ou ombros.
  • Fraqueza geral nas mãos e / ou antebraços.
  • Formigamento, dormência ou perda de sensibilidade nas mãos ou nos braços.
  • Dificuldade em abrir e fechar as mãos ou maior dificuldade de manipulação dos objetos.

Caso você, um colega ou cliente possua algum destes sintomas, verifique estes espaços e os reajuste. Crie estratégias para reduzir a quantidade de tempo da atividade agravante. Se esses problemas continuarem ou piorarem, é importante entrar em contato um médico para uma avaliação.

Como funciona a ergonomia?

Para alcançar as melhores práticas no design de interiores, arquitetos e decoradores podem utilizar técnicas de várias disciplinas:

  • Antropometria: tamanhos corporais, formas, populações e variações.
  • Biomecânica: músculos, alavancas, forças e força.
  • Física ambiental: ruído, luz, calor, frio, radiação, sistemas corporais de vibração: audição, visão e sensações.
  • Psicologia aplicada: habilidade, aprendizado, erros e diferenças.
  • Psicologia social: grupos, comunicação, aprendizagem e comportamentos.

Estratégias para um Design Ergonômico

Para obtermos um design ergonômico em nosso espaços de trabalho, precisamos nos atentar aos seguintes aspectos (extraído da certificação WELL):

Ergonomia Visual

Todas as telas de computador, incluindo laptops, devem ser ajustáveis em altura e distância do usuário.

Flexibilidade na altura da mesa

Pelo menos 30% das estações de trabalho devem possuir a capacidade de alternar entre as posições “sentado e em pé”, por meio das seguintes combinações:

  • Mesas de apoio de altura ajustável.
  • Suportes de ajuste para a altura de mesas.
  • Pares de mesas de alturas fixas, de pé e sentadas — não precisando ser localizadas adjacentes.

Flexibilidade do Assento

O mobiliário dos ocupantes deve ser ajustável das seguintes formas:

  • Procurar mobiliários cuja a capacidade de ajuste de altura da cadeira de estação de trabalho estejam em conformidade com a HFES 100 ou a BIFMA G1.
  • Procurar mobiliários cujo ajuste de profundidade do assento da estação de trabalho também estejam compatíveis com as diretrizes acima.

Suporte Permanente

As estações de trabalho em que os ocupantes são obrigados a permanecer por longos períodos de tempo devem incluir os seguintes serviços:

  • Pelo menos 10 cm de espaço na base da estação de trabalho para permitir uma redução das necessidades de alcance para os ocupantes.
  • Um descanso para os pés para permitir que os ocupantes alternem os pés quando estão em repouso.
  • Esteiras ou almofadas anti-fadiga.

Ergonomia e Acessibilidade

A Ergonomia possui uma conexão muito forte com a Acessibilidade. O motivo é simples: em diversos países do mundo o número de pessoas idosas começam a ocupar uma grande parte da população.

Com isso, os equipamentos, serviços e sistemas também precisam ser projetados para acomodar as crescentes necessidades do envelhecimento populacional: transportes públicos, instalações prediais e espaços de convivência.

A NBR9050 já apresenta estratégias essenciais ligadas a acessibilidade e que não podem ser ignoradas em projetos arquitetônicos, mas o que percebemos é que arquitetos de interiores muitas vezes pecam nestes aspectos.

Não podemos pensar em ergonomia apenas sobre espaços de trabalho. Precisamos também de aplicações práticas no design residencial. O design de interiores, quando possui um conceito ergonômico e acessível, produz espaços mais fáceis de se viver e que proporcionam mais alegria.

Molly Story, Ronald Mace e James Mueller publicaram um artigo em 1998 que se tornou bastante famoso, chamado “O Arquivo Universal de Design: Projetando para Pessoas de Todas as Idades e Habilidades”, em que descrevem os sete princípios fundamentais do que veio a ser conhecido como “Design Inclusivo”.

Os conceitos fundamentais são imprescindíveis para todos os arquitetos ou designers de interiores:

Princípio 1: Design Igualitário

O design da edificação deve propor a utilização igualitário por todos.

Idealmente, os meios pelos quais as pessoas usam uma edificação devem ser os mesmos, sem segmentação. Equivalentes em termos de privacidade, segurança e conveniência. A edificação nunca deve empregar meios que isolem ou estigmatizem qualquer grupo de usuários, ou privilegiem um grupo em detrimento de outro.

Princípio 2: Flexibilidade no Uso

O projeto deve permitir que as pessoas utilize o design em mais de uma maneira.

Um exemplo é uma bancada que permite o uso tanto sentado quanto de pé. Outro é a facilidade de uso tanto por pessoas destras quanto canhotas.

O projeto deve possuir uma flexibilidade incorporada, para que seja utilizável mesmo que de maneira não convencional ou imprevista.

Princípio 3: Design Simples e Intuitivo

A edificação deve facilitar a compreensão da finalidade de cada recurso de design e como utilizá-lo. Um exemplo são torneiras de lavatórios, que devem ter seu método de operação facilitado.

Seus meios de uso devem ser intuitivamente óbvios para que funcionem como previsto e, portanto, possam ser usados espontaneamente.

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Princípio 4: Informação Perceptível

A edificação deve fornecer todas as informações essenciais em uma variedade de modos (escrito, simbólico, tátil, verbal), garantindo uma comunicação eficaz com todos os usuários, independentemente de suas habilidades sensoriais.

As informações fornecidas devem ser apresentadas com contraste suficiente às condições do entorno, de modo que sejam distinguíveis de seu contexto e decifráveis em todos os seus vários modos de apresentação.

Princípio 5: Tolerância ao erro

O ideal é que o projeto do edificação elimine, isole ou proteja quaisquer recursos de projeto que possam ser perigosos ou inconvenientes para qualquer usuário.

Quando condições potencialmente perigosas são inevitáveis, os usuários devem receber avisos à medida que se aproximam do elemento. Um exemplo são avisos de proximidade perto do topo das escadas.

O design da edificação também deve antecipar ações acidentais ou não intencionais de qualquer usuário. Minimizar o inconveniente e / ou proteger o usuário de danos.

Princípio 6: Baixo Esforço Físico

O projeto da edificação deve empregar recursos de design que exijam pouca ou nenhuma força física para usá-los. Um exemplo exemplo é a substituição de uma maçaneta tradicional por uma alavanca que não exija a capacidade de agarrar e girar o pulso.

Se for necessário um baixo nível de força, qualquer usuário deve ser capaz de ativar o recurso sem assumir uma posição corporal desajeitada ou perigosa. Um exemplo é fornecer uma superfície de deslocamento suave com inclinação mínima ao longo do trajeto de percurso que leva à entrada.

Princípio 7: Tamanho e Espaço de Aproximação e Uso

As características do projeto de uma edificação devem fornecer uma quantidade adequada de espaço que seja adequadamente disposta para permitir que qualquer pessoa as use. Um exemplo é fornecer espaço para os joelhos sob um lavatório para permitir o uso por alguém na posição sentada.

Além disso, o espaço precisa ser organizado para fornecer um caminho claro de viagem e de recursos importantes para todos os usuários.

Conclusão

É importante compreender que, a medida que as tecnologias mudam, é necessário garantir que as ferramentas que acessamos para o trabalho, o descanso e o entretenimento sejam projetadas para os novos requisitos do nosso corpo.

Não é difícil ver como os espaços de vida que se esforçam para incorporar essas qualidades não serão apenas mais fáceis de usar, mas provavelmente aumentariam a produtividade doméstica.

É importante que todos os arquitetos e designers de interiores se atentem a essas estratégias para promover espaços mais produtivos, felizes, e principalmente, igualitários.

Fontes:

www.gsd.harvard.edu/resources/ergonomics
old.askergoworks.com/news/102/7-Principles-of-Ergonomic-Interior-Design.aspx
arch100and110.blogspot.com.br/2012/11/ergonomic.html
www.specix.com/2017/05/ergonomics-in-interior-design-can-you-have-comfort-and-beauty
idea.ap.buffalo.edu/udny/Section3.htm
standard.wellcertified.com/comfort/ergonomics-visual-and-physical

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Parte 1: Decoração Sustentável pela Biofilia

Parte 2: Decoração Sustentável pela Eficiência Energética

Parte 3: Decoração Sustentável pela Flexibilidade e Durabilidade

Parte 4: Decoração Sustentável pela Qualidade Interna do Ar

Parte 5: Decoração Sustentável pela Redução dos Impactos Ambientais

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