Como reduzir a pegada de carbono na construção civil

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Como reduzir a pegada de carbono na construção civil

A construção civil é uma das áreas que mais contribui para a emissão de gases do efeito estufa. Consequentemente, ela é quase protagonista no problema atual da pegada de carbono.

Esse problema relaciona-se com a emissão de gases poluentes que aceleram o aquecimento global.

Isso significa que a construção civil tem potencial de contribuir para a minimização desses danos.

Neste artigo iremos explorar o conceito da pegada de carbono. Você vai entender:

  • O que ela é;
  • Porque diversos países estão comprometidos a reduzi-la;
  • Como é realizado o seu cálculo;
  • E de que forma a construção civil pode colaborar.

No final, mostraremos uma ferramenta que auxilia arquitetos e paisagistas na elaboração de um design mais amigável.

1. O que é a Pegada de Carbono

A pegada de carbono é uma metodologia utilizada para calcular a emissão de gases do efeito estufa (GEE). Todos os gases nocivos ao planeta são convertidos em carbono equivalente.

Aqui estão os principais gases considerados para o cálculo e onde eles são encontrados:

Pegada de carbono

Esquema de gases considerados na pegada de carbono. Autoria: UGREEN

CO2 – Dióxido de Carbono: queima de combustíveis fósseis, desmatamentos e queimadas, transporte.

CH4 – Metano: agricultura, aterros sanitários e lixões.

N2O – Óxido Nitroso: combustão em carros, manutenção de solos agrícolas.

HFC – hidrofluorocarboneto: ar condicionado, refrigeração, retardadores de chamas, aerossóis e solventes.

PFC – perfluorocarbonetos: produção de alumínio.

SF6 – hexafluoreto de enxofre: equipamentos de eletricidade e energia.

Cada um desses gases possui um potencial diferente para aquecer a atmosfera. O Óxido Nitroso (N2O), por exemplo, é 310 vezes mais prejudicial que o dióxido de carbono. Isso significa que cada Kg de N2O equivale a 310 Kg de CO2.

Dessa forma, utiliza-se o carbono como medida de grandeza para contabilizar esses gases.

O impacto ambiental causado por tais substâncias tem ganhado espaço na sociedade e na mídia. Isso contribuiu para que ele fosse levado a discussões e tratados internacionais. Nesses encontros, diversos países se reúnem para discutir estratégias de redução de emissão de gases. São assinando acordos de investimentos e comprometimento.

2. Acordo de Paris

O Acordo de Paris é um tratado mundial que objetiva conter o aquecimento global. Um total de 195 países assinaram o acordo durante a COP21 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015), em Paris. As medidas e metas do tratado passaram a valer neste ano (2020).

Nele, governos se comprometem a tomar medidas de incentivo à redução da pegada de carbono. Cada país dentro de seu contexto de crescimento populacional e econômico.

A meta brasileira corresponde a uma redução de 66% na emissão de gases do efeito estufa por unidade do PIB até 2025 e de 75% até 2030. Ambas em relação a 2005.

Hoje, o Brasil ocupa o 15º lugar na classificação mundial de quantidade de emissões de CO2 por consumo de energia. Muitas indústrias vêm atuando na redução da pegada de carbono. Contudo, ainda contam com baixos resultados, atingindo somente 10% nas reduções.

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Esquema de pegada de carbono por estado brasileiro. (2018)

Para entender como viabilizar reduções e contabilizar números, precisamos saber como é feito o cálculo da pegada de carbono.

3. Como a pegada de carbono é contabilizada

Diversas atividades do nosso cotidiano envolvem a emissão de gases poluentes. Boa parte dos alimentos que compramos chegou até o mercado pelo transporte de caminhões. Antes disso, ocupou terras de plantio ou de pasto.

Tanto os caminhões quanto o desmatamento para agricultura e pecuária são atividades que aumentam os níveis de carbono na atmosfera.

Para fazer a conta desses níveis é possível utilizar dois métodos: o ‘top down’ ou o ‘botton up’.

‘Top Down’:

Emissões totais ÷ Emissões = Atividades Geradoras.

De cima para baixo, divide o total de emissões de uma entidade (organização, cidade, país…) pelas suas atividades.

‘Bottom Up’:

Atividades Geradoras ÷ Emissões = Emissões totais

Nesse caso são somadas as emissões de carbono de cada uma das atividades individuais.

A quantificação da emissão de carbono é necessária para contabilizar reduções e seu possível valor de comercialização.

Sim, o carbono pode ser comercializado. Você já ouviu falar em créditos de carbono?

É basicamente uma moeda de troca que consiste na não emissão de dióxido de carbono.

Representa um mercado de créditos que são gerados tanto na base da não emissão de gases, como em ações que revertem o problema. Programas de plantio de árvores ou de geração de energia renovável são exemplos dessas ações.

Esses créditos podem ser comercializados. Assim, países ou empresas que não conseguem cumprir suas metas de redução, podem adquirir créditos.

Utilizamos o termo “sequestro de carbono” para atividades que absorvem carbono da atmosfera. A maior e mais natural delas é o crescimento de florestas. Cada hectare de floresta em crescimento pode absorver de 150 a 200 toneladas de carbono.

Portanto, a compensação de carbono é a procura pelo contrapeso das emissões de determinada empresa ou país.

Para evitar a necessidade da compra de créditos, empresas devem minimizar danos.

O nicho da construção civil envolve inúmeras atividades de exploração e processamento de materiais. Isso justifica sua grande participação nos níveis de pegada de carbono.

Veja abaixo quais são as alternativas para esse nicho.

4. A Construção Civil e a Redução da Pegada de Carbono

Em um edifício, devemos considerar os efeitos da pegada de carbono em dois momentos:

  1. Durante o período de construção
  2. Ao longo dos anos de uso

Ou seja, não adianta projetar uma casa eficiente se não forem considerados materiais e técnicas em sua construção. A etapa da obra geralmente é quando se tem o maior impacto.

Desta forma, um bom projeto e gerenciamento de obra são fundamentais para otimizar o processo.

Devemos sempre prestar atenção no momento de especificar os materiais. Cada material da construção (revestimentos, iluminação, estrutura, tijolos, portas, janelas…) também passa por um processo de fabricação.

É importante entender o impacto desse processamento no ciclo de vida do material. Você deve se perguntar:

Como esse material é fabricado?

De onde vem a matéria-prima? Como é feita a extração?

Como funciona a reciclagem desse material?

Para onde ele vai quando for descartado?

No Brasil, por exemplo, a siderurgia responde por cerca de 35% das emissões de carbono do setor industrial. Enquanto isso, a produção de cimento corresponde por 19%. Contudo, o aço pode ser reciclado, já o cimento, não.

Se não houver uma logística de reciclagem, é muito possível que a destinação final seja o aterro sanitário ou algum lixão. Ambos são grandes emissores de gás metano e dióxido de carbono.

Ou seja, quanto menos processado for o material, melhor. Devemos priorizar o uso de materiais naturais facilmente assimilados pelo ambiente.

Priorizar materiais regionais também evita a emissão de poluentes no transporte até a obra.

Algumas sugestões de materiais naturais são:

  • Terra;
  • Bambu;
  • Palha;
  • Madeira;
  • Areia;
  • Linho;

E os principais materiais que emitem gases de efeito estufa são:

  • Aço;
  • Cal;
  • Cimento.

Além da escolha dos materiais, existem outras técnicas que abrangem a redução da pegada de carbono em uma edificação. Essas técnicas colaboram para reduzir os impactos do edifício durante seu uso. São elas:

  • Uso de energia renovável (solar, eólica…);
  • Elementos passivos para conforto térmico, como brises e ventilação natural;
  • Captação de água da chuva;
  • Tratamento de água quando possível;
  • Paisagismo com vegetação densa;
  • Redução da irrigação;
  • Medição para alcançar melhorias;
  • Evitar resíduos de obra: direcionar para reciclagem, compostagem ou outras obras.

5. Ferramenta “Climate Positive Design

Para a elaboração de projetos de baixo impacto, sugerimos a utilização desta ferramenta online:

Disponível em climatepositivedesign.com

A ferramenta “Climate Positive Design” é gratuita. Após fazer um registro, ela permite que você simule o projeto com tipologias genéricas de plantas. Então, ela cria uma estimativa de quanto carbono foi poupado ou sequestrado com seu design.

A ferramenta também conta com um toolkit, que irá ajudar na seleção de materiais com menor impacto.

De maneira geral…

… a redução da pegada de carbono é um objetivo comum. Pessoas conscientizadas cobram de empresas e governos para que tomem atitudes sustentáveis.

A construção civil envolve inúmeras outras atividades que estão ligadas à emissão de gases poluentes. Sendo responsável por grande porcentagem da pegada de carbono, é nela que devemos focar esforços.

Nesse artigo você viu como é importante incentivar o uso de materiais naturais no planejamento de edifícios e obras. É fundamental promover pesquisas acerca de materiais e técnicas construtivas. Assim, garante-se uma evolução constante de eficiência e qualidade na construção civil.

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Fontes:

Ministério do Meio ambiente: www.mma.gov.br

Ferramente Climate Positive Design: climatepositivedesign.com

Observatório do Clima: www.observatoriodoclima.eco.br

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