5 Elementos Essenciais de Um Projeto de Interiores Sustentável

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5 Elementos Essenciais de Um Projeto de Interiores Sustentável

Você consegue diferenciar um projeto de interiores sustentável de um não sustentável?

Algumas partes são bem visíveis.

Já outras estão ocultas, imperceptíveis aos olhos da maioria.

Hoje eu vou te apresentar os 5 Elementos Essenciais de um Projeto de Interiores Sustentável.

Ao trabalhar sustentável, você garante a realização de ótimos projetos e clientes que podem durar por uma vida toda.

Mas antes de te mostrar estes 5 elementos, pense comigo:

Por que para alguns é difícil ver a diferença entre um projeto de interiores sustentável e não sustentável?

Para mim, é muito simples:

Muitos desconhecem que os princípios da sustentabilidade vão além do projeto em 3D.

Em outras palavras, a maioria pensa em projetos como elementos que determinam formas e funções. Na verdade eles impactam nossas vidas de forma muito mais profunda:

  • Em nossa saúde e bem estar a curto e longo prazo.
  • Na produtividade dos funcionários.
  • Na economia de energia que este espaço pode proporcionar.
  • Na durabilidade do espaço, tanto em relação a seus materiais quanto a longevidade do seu próprio uso.
  • Em toda a cadeia produtiva, desde empresas com respeito ambiental e seus fornecedores.

Portanto, um projeto de interiores possui uma relação profunda com a sustentabilidade.

E você? Está fazendo o necessário para ajudar o planeta?

Caso ainda não, continue lendo para compreender os 5 elementos de interiores sustentáveis.

Vamos ver cada um deles em detalhe:

Os 5 Elementos de Um Projeto de Interiores Sustentável

Se o seu objetivo é:

  • Realizar projetos mais sustentáveis…
  • Tornar seus projetos mais interessantes…
  • Tornar Clientes bastante satisfeitos…

Então você precisa ficar atento a esses 5 elementos:

  1. Natureza incorporada
  2. Eficiência energética
  3. Atemporalidade do design
  4. Conforto
  5. Respeito ao ser humano e ao ambiente

Simples, não é mesmo?

Porém, se você já realizou vários projetos de interiores, sabe que na realidade não é tão fácil assim.

Felizmente, existem técnicas e fórmulas que podem nos ajudar a projetar mais sustentável.

Elemento #1: Natureza Incorporada

Vivemos 90% de nossas vidas dentro de espaços internos. Portanto, determinar bons espaços é tão importante para a saúde quanto a prática de exercícios ou a alimentação.

Porém, muitos desconhecem os fatores que tornam nossos espaços internos mais saudáveis. O desconhecimento gera projetos que deixam de fornecer aos clientes diversos benefícios.

Uma das estratégias essenciais que você deve considerar é o uso da Biofilia.

Um projeto que contempla a biofilia não promove só a melhoria do meio ambiente onde este está inserido. Promove mais produtividade e diversos benefícios físicos, mentais e comportamentais.

Porém, não é só encaixar uma série de plantas dentro do seu espaço que ele se torna automaticamente biofílico. Existem grandes erros cometidos, como ignorar a ergonomia ou até mesmo a iluminação natural.

Existem diversas considerações imprescindíveis para tornar um projeto verdadeiramente biofílico.

Como dito por Stephen R. Kellert e Elisabeth F. Calabrese no livro “The Practice of Biophilic Design”, podemos organizá-los como:

1. Experiências Diretas de Natureza

Podemos utilizar a luz, ar, água, plantas, animais, paisagens ou o fogo ao nosso favor. Estes elementos contribuem significativamente para um bom design biofílico.

2. Experiências Indiretas de Natureza

Podemos utilizar imagens da natureza, materiais naturais, cores naturais e a luz natural.

O contato com formas que evoquem a natureza ou a passagem do tempo gera grandes benefícios ao seres humanos.

3. Experiências de Espaço e Lugar

Precisamos proporcionar espaços em que pessoas se sintam refugiadas.

Fornecer vistas amplas gera maior percepção das “oportunidades e perigos”. Logo, é uma ótima forma de gerar uma maior sensação de refúgio e segurança.

Utilizar espaços de transição, maior mobilidade e uma orientação adequada são outras estratégias eficientes.

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 Elemento #2: Eficiência Energética

O consumo de energia é um dos principais contribuintes para as mudanças climáticas. Isso você já sabe.

Porém, muitos consideram que apenas a envoltória ou sistemas mecânicos promovem a economia de energia.

A verdade é que a eficiência energética também pode ser bastante aprimorada por projetos de interiores.

Aqui estão algumas estratégias:

Aquecimento e Resfriamento

Projetos de interiores podem sim reduzir o consumo do aquecimento e resfriamento.

A melhor forma de iniciar é pela análise bioclimática em conjunto com a edificação existente. Podemos assim encontrar deficiências que podem ser mitigadas no design de interiores.

Em outras palavras, somente após esta análise saberemos quais são os melhores passos a serem tomados.

Porém, existem regras padrão que são válidas para qualquer tipo de projeto:

  • A maior parte do frio escapa pelas janelas da edificação em climas quentes – ou o contrário em locais frios. Portanto, é importante que sejam consideradas janelas com um bom isolamento.
  • Brises horizontais e verticais, cortinas e persianas também ajudam a manter o calor (ou o frio) do lado de fora. Permite o controle de temperatura mais eficiente, abrindo-os ou fechando-os conforme necessário.
  • Outra maneira de controlar nossos ambientes é através de bons sistemas de automação. Eles podem ser ativados caso a temperatura atinja níveis indesejáveis.
  • Em climas frios, tapetes podem ser considerados excelentes isolantes térmicos. De acordo com estimativas, um tapete pode reter até 10% do calor de uma sala.

Iluminação

A especificação de lâmpadas e luminárias fazem muita a diferença no consumo energético. Isso já é bastante discutido e difundido.

Porém, podemos economizar energia antes mesmo de pensarmos nestas especificações. Muito pode ser feito apenas com a escolha de cores corretas em nossos espaços.

Cores mais claras refletem mais luz. Já salas com móveis e paredes escuras normalmente precisam de mais iluminação artificial.

A utilização de superfícies refletoras aumenta a quantidade de luz em um ambiente. Consequentemente, diminuímos a dependência da iluminação artificial.

Porém, é importante entender as relações de contraste entre cada um dos elementos. Caso contrário, tarefas diárias podem ser prejudicadas.

Pisos tendem a ser mais escuros, paredes e mesas um nível intermediário e o teto o mais claro. É imprescindível considerar estes fatores quando procuramos obter uma boa iluminação natural.

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Elemento #3: Atemporalidade do Design

O descarte de materiais é um dos principais fatores que geram resíduos que vão para aterros sanitários.

Mas…como podemos mitigar estes efeitos em nosso design?

O objetivo de projetar de forma atemporal é buscar espaços duráveis. Assim suprimimos o desejo de “se estar na moda”, necessitando de menos mudanças no decorrer do tempo.

Sabemos que não é uma tarefa fácil, já que somos praticamente programados a procurar as últimas tendências…

Porém, a melhor maneira de atingir a atemporalidade é escolher qualidade ao invés de quantidade. O clássico dentro da modernidade e a simplicidade sobre muitos adornos.

Durabilidade e flexibilidade

Para evitar que materiais sejam descartados com frequência, devemos considerar sua vida útil. Principalmente os elementos que sofrem muito desgaste — como pisos, por exemplo.

Podemos economizar também com custos oriundos da sua manutenção e limpeza.

Portanto, investir em materiais robustos, duráveis e fáceis de limpar geram espaços mais sustentáveis.

Outra excelente forma é investir em flexibilidade. Isso significa que menos intervenções serão necessárias e como resultado um menor desperdício.

É claro que, ao longo dos anos, famílias ou empresas crescem, tornando necessárias alterações nos espaços.

Principalmente por este motivo, designers devem considerar a flexibilidade nas concepções. Precisam considerar até que ponto o projeto pode se adaptar para novas demandas.

Quando podemos substituir ou adaptar elementos de forma fácil, não há necessidade de renovações bruscas. O meio ambiente agradece, e nosso bolso também.

Tendências para Projeto de Interiores

A inovação trouxe muitas opções para um design mais flexível nos mais diversos tipos de uso:

  • Residências. Paredes em drywall que podem ser previstas. Quando as crianças crescem e precisam de seus próprios quartos, estes espaços se tornam possíveis.
  • Escritórios. Móveis ajustáveis e remontáveis possuem maior flexibilidade. Permite-se a personalização e fácil substituição de peças individuais.
  • Hospitais. São ambientes onde ocorrem mudanças frequentes. Prever mobiliários médicos flexíveis é uma ótima solução. Solicitar do arquiteto uma planta mais flexível ajudará a manter os espaços úteis a longo prazo.

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Elemento #4: Conforto

O conforto ambiental é a forma que podemos descrever o nível de satisfação de um ser humano dentro de um espaço.

Espaços confortáveis proporcionam boas condições psicológicas, acústicas, visuais, térmicas, ergonômicas e de qualidade do ar.

Portanto o lazer, trabalho, descanso ou estudo se tornam todos otimizados pelo conforto. Imprescindível, não acha?

Mas como podemos fazer isso no projeto de interiores? Resumimos em 3 partes:

Conforto Térmico

Qualquer um que trabalha no calor ou frio sabe o quanto afeta nossa produtividade.

O problema é que a definição de conforto térmico é de natureza subjetiva. Existem variações como a vestimenta e o próprio metabolismo humano.

Por este motivo as normas atuam com estratégias de minimização do estado de conforto. A principal delas é a ASHRAE 55, que mede o conforto térmico pelo Voto Médio Previsto (PMV).

Caso o ambiente seja mal projetado, ocorrerá uma porcentagem de instatisfação expressiva.

Como aprimorar o conforto ambiental no projeto de interiores?

Essencialmente, existem 4 maneiras de obter conforto térmico através de um bom projeto.

1. Utilizar um sistema de ar condicionado que regule a temperatura

Sistemas comuns geralmente não possuem o componente de medição dos ambientes. A medição permite a otimização do ambientes, tanto energicamente quanto para a satisfação dos usuários.

2. Minimize o vazamento da envoltória

Caso existam aberturas, o ar em temperatura ou umidade inadequada pode adentrar no espaço. Haverá um maior desconforto no ambiente projetado para cargas térmicas específicas. Outro problema será a eficiência do sistema de ar-condicionado, que é comprometida.

3. Forneça controle aos ocupantes no projeto de interiores

A obtenção do conforto térmico muitas vezes terá uma relação direta com o nível de controle que você dá para as pessoas. Proporcionar acesso ao termostato, janelas ou persianas, proporciona também um maior conforto.

4. Realize as manutenções necessárias

Uma boa manutenção é fundamental para o bom funcionamento dos equipamentos. Incluímos aqui ajustes conforme alterações sazonais. Os sistemas podem ser otimizados para um maior conforto com redução de energia.

Conforto Acústico

O conforto acústico é um tema de grande importância quando falamos em produtividade. Principalmente em ambientes como escolas e hospitais.

Obedecer critérios mínimos para estes fenômenos é essencial para um bom projeto de interiores. Desta forma podemos otimizar a qualidade de aprendizado ou a recuperação de pacientes.

Já para outros tipos de edificações o controle também deve estar presente. Podemos utilizar das mesmas estratégias aplicadas em escolas. Porém, os critérios serão diferentes em cada caso.

Como utilizar a acústica ao seu favor no projeto de interiores?

Entender os fenômenos básicos pode ajudar bastante na tomada de decisão em grande parte dos projetos. Vamos a alguns deles:

  1. Redução dos tempos de reverberação. O conceito é diminuir “o tráfego” do som pelo ambiente, removendo a sensação de “igreja” no ambiente. Mitiga-lo utilizando superfícies com absorção no piso, parede e teto é uma solução comum.
  2. Redução da transmissão de som entre elementos. Conhecendo os coeficientes mínimos de transmissão sonora, podemos reduzir o ruído entre ambientes.
  3. Utilização de sistemas de reforço de som e mascaramento. É aplicável para auditórios ou salas que abriguem mais de 50 pessoas.
  4. Ruídos de Sistemas de Ar-condicionado. Podemos avaliar os ruídos do sistema e solicitar ao engenheiro mecânico uma otimização. Cada uso terá níveis máximos de ruídos aceitáveis, sendo que escolas não permitem mais do que 40dBA.

Conforto Lumínico

A iluminação é uma das qualidades mais importantes no conforto ambiental. A diferença entre uma iluminação boa e ruim pode gerar impactos no conforto, o humor e na felicidade geral em sua casa.

A exposição à luz natural afeta o sistema imunológico, bem como os ritmos circadianos, o ciclo do sono e os hormônios. Estudos relacionam a falta de luz solar à depressão, problemas imunológicos, doenças cardíacas, diabetes e até o câncer.

O que podemos fazer no projeto de interiores?

Proporcionar Controle de Iluminação

Para espaços de trabalho, um ótimo passo é proporcionar aos ocupantes o controle do sistema. Foque nos espaços regularmente ocupados e não esqueça de tornar estes controles acessíveis para todos.

É benéfico proporcionar 3 níveis (on, off e meio nível). Assim as pessoas podem controlar a intensidade dependendo da luz externa.

Proporcionar Qualidade Luminosa

  • Após implementar o controle, podemos buscar a qualidade luminosa. Existem diversas estratégias:
  • Otimizar a intensidade luminosa necessária para cada tipo de abordagem. Exemplos: 500 lux em escritórios, 750 lux para supermercados…
  • Uso de lâmpadas com o CRI (índice de refletância de cor) acima de 80, que torna a iluminação mais natural.
  • Buscar lâmpadas com maior vida útil. Atender acima de 2.400 horas ajuda na economia de longo prazo.

A melhor forma para garantir o controle adequado é através de simulações computacionais. O DiaLUX é um dos softwares mais indicados para estas análises.

Qualidade do Ar

Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, a poluição em ambientes fechados é uma das cinco maiores ameaças à saúde humana.

Ela pode gerar problemas como alergias, dores de cabeça, asma, irritações de garganta, nariz e olhos, até mesmo o câncer.

Como podemos promover uma melhor qualidade do ar no projeto de interiores?

O ideal é o monitoramento dos espaços, com equipamentos que meçam os níveis de CO2, a umidade, partículas, ozônio e temperatura.

Inspecionar periodicamente os filtros de ar para o controle de umidade.

Outro fator primordial é a utilização de produtos de limpeza que não agridam a saúde humana.

Um elemento que pode contribuir com a remoção de poluentes é a utilização de plantas adequadas.

Elemento #5: Respeito ao Ser Humano e ao Ambiente

Quando projetamos, não podemos pensar apenas nas últimas tendências ou no benefício de nossos clientes.

É importante compreendermos que afetamos de forma direta ou indireta o meio ambiente.

E sim, você pode contribuir ainda mais com seus projetos realizando uma decoração sustentável!

Como podemos fazer isso no projeto de interiores?

  • Reduzir o uso dos elementos decorativos, como dito em capítulos anteriores deste artigo.
  • Reutilizar materiais.
  • Utilizar materiais orgânicos (madeira, pedra natural).
  • Utilizar materiais rapidamente renováveis (bambu, linóleo, cortiça, que se regeneram em um período máximo de 10 anos).
  • Procurar materiais com conteúdo reciclável.
  • Utilizar materiais regionais.

Porém, não é apenas especificar o que fornecedores dizem ser sustentável. É necessário investigar o processo de extração e manuseio desses materiais.

Afinal…

  • Um material pode ser sustentável em sua composição, mas pode ser extraído com uma mão de obra quase-escrava….
  • Um material pode ser sustentável mas vir de longe, utilizando muito combustível…
  • Um material pode ser sustentável, mas fabricado em conjunto com componentes tóxicos, afetando a saúde…

Compreende agora a profundidade da questão?

Por este motivo que surgiram diversas etiquetas, normas e certificações. Elas fornecem informações sobre a origem e processo dos produtos, facilitando a especificação sustentável.

O exemplo mais comum é a etiqueta FSC em produtos de madeira, que garante a sua extração sustentável.

Outra certificação que vem crescendo muito nesse aspecto é o Cradle to Cradle (C2C). Ela estabelece “sistemas fechados” no processo de fabricação de um material até o seu descarte.

Os materiais tradicionais cumprem o processo resumido de “fabricação > uso > aterro”. Já Cradle to Cradle utiliza o processo de “fabricação > uso > reinserção no mercado”. Não necessita de grandes intervenções químicas ou físicas para que retorne ao seu uso na sociedade.

Produtos Cradle to Cradle evitam uma série de desperdícios comuns no processo industrial. São uma forte tendência para as novas gerações de mobiliários e já encontramos várias em feiras pelo mundo.

Existem ainda outras certificações, como os EPD`s, Greenscreen e Declare da Living Future Institute. Elas incentivam empresas a comunicarem mais transparência dentro de seus processos.

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Bônus – Elemento #6: O Poder de Colocar em Prática o Projeto de Interiores Sustentável

Espero que você tenha gostado deste artigo.

Porém, este conteúdo não vale nada se não for colocado em prática por você.

É necessário experimentar incansavelmente, buscando as melhores soluções para seus clientes.

Felizmente, existem técnicas que podem ser aprendidas por qualquer um que deseja fazer projetos sustentáveis.

Estes conceitos possuem base na ciência e são universais. Aplicáveis para diversos tipos de projeto de interiores.

Possuímos um processo, estudado após 15 anos de profissão e com base em normas nacionais e internacionais. Ela consiste na:

  • Depurar as normas mais atuais.
  • Sistematizá-las em micro-processos.
  • Estruturá-las em um cronograma de projeto, para aplicá-las na hora certa.
  • Incluir as estratégias como serviços adicionais em suas propostas.

Este método já está gerando resultado para centenas de alunos em nossa plataforma de ensino.

Compartilhamos esta estratégia em detalhes em nosso treinamento especial, Interiores Sustentáveis. Hoje, ele está em condição especial!

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